Afonso Celso de Assis Figueiredo

Visconde de Ouro Preto
Afonso Celso de Assis Figueiredo
32º Presidente do Conselho de Ministros do Brasil
Período 7 de junho de 1889
a 15 de novembro de 1889
Monarca Pedro II
Antecessor(a) João Alfredo Correia de Oliveira
Sucessor(a) Tancredo Neves (1961)
Ministro da Fazenda
Período 28 de julho de 1889
a 15 de novembro de 1889
Antecessor(a) Cândido Luís Maria de Oliveira
Sucessor(a) Ruy Barbosa
Período 7 de junho de 1889
a 20 de julho de 1889
Antecessor(a) João Alfredo Correia de Oliveira
Sucessor(a) Cândido Luís Maria de Oliveira
Período 8 de fevereiro de 1879
a 28 de março de 1880
Antecessor(a) Gaspar da Silveira Martins
Sucessor(a) José Antônio Saraiva
Ministro da Marinha
Período 3 de agosto de 1866
a 16 de julho de 1868
Antecessor(a) Francisco de Paula da Silveira Lobo
Sucessor(a) Barão de Cotejipe
Senador por Minas Gerais
Período 26 de abril de 1879
a 15 de novembro de 1889
Nomeação por Pedro II
Deputado Geral por Minas Gerais
Período 1 de fevereiro de 1877
a 26 de abril de 1879
Período 1 de janeiro de 1864
a 18 de julho de 1868
Dados pessoais
Nome completo Afonso Celso de Assis Figueiredo
Nascimento 21 de fevereiro de 1836
Ouro Preto, Minas Gerais,
Império do Brasil
Morte 21 de fevereiro de 1912 (76 anos)
Rio de Janeiro, Distrito Federal,
 Brasil
Esposa Francisca de Paula Martins de Toledo
Partido Liberal
Títulos nobiliárquicos
Visconde de Ouro Preto 13 de junho de 1888

Afonso Celso de Assis Figueiredo,[nota 1] Visconde de Ouro Preto (Ouro Preto, 21 de fevereiro de 1836 – Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 1912) foi um político brasileiro, 32.° Presidente do Conselho de Ministros do Brasil[1] (ver Gabinete Ouro Preto).

Vida

Primeiros anos e formação

Afonso Celso de Assis Figueiredo nasceu em Ouro Preto, então capital da província de Minas Gerais, em 21 de fevereiro de 1837. Era filho de Maria Magdalena de Figueiredo Affonso, de tradicional família ouro-pretense, e de João Antônio Affonso, português naturalizado brasileiro que muito jovem veio para o Brasil, onde fez carreira comercial, tendo sido chefe de polícia em Ouro Preto e capitão da Guarda Nacional[2].

Iniciou seus estudos em sua cidade, tendo feito o preparatório para o curso jurídico no Liceu Mineiro de Ouro Preto. Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo (1854-1858), tendo sido contemporâneo de nomes como Antônio Ferreira Viana, Paulino José Soares de Sousa, Evaristo da Veiga, Antônio Joaquim de Macedo Soares Bastos e Quintino Bocaiúva[2].

Durante o curso de direito trabalhou como chefe de gabinete do presidente da província de São Paulo, Francisco Diogo de Vasconcelos (1856), irmão de Bernardo Pereira de Vasconcelos, tendo sido mantido no cargo pelo sucessor José Joaquim Fernandes Torres (1857)[2].

Política

Affonso Celso se constituiu como um dos políticos mais importantes do Segundo Reinado do Império do Brasil e grande amigo de D. Pedro II. Foi eleito senador pela província de Minas Gerais e tomou posse em 26 de abril de 1879.[3] Também ocupou os cargos de secretário de Polícia, inspetor da Tesouraria Provincial e procurador da Fazenda. Tendo sido deputado provincial em dois mandatos e deputado geral por Minas Gerais por quatro vezes.

Foi ministro da Marinha e da Fazenda (ver gabinetes Zacarias de 1866 e Gabinete Sinimbu) e membro do Conselho de Estado. Presidiu o último Conselho de Ministros do Império. Assis Figueiredo foi preso em 15 de novembro de 1889 no Quartel-General do Campo de Santana, no dia da proclamação da república, com todo o ministério, tendo sido exilado em seguida.

Afonso Celso como ministro da Marinha.

Ainda no Império, o visconde de Ouro Preto, monarquista convicto, abraçou a causa abolicionista. Quando senador, criou um imposto de 20 réis sobre o preço das passagens de bonde, fato que gerou grande agitação no Rio de Janeiro, conhecida como a "Revolta do Vintém", em janeiro de 1880.

Publicou, entre outras obras, A esquadra e a oposição parlamentar e Advento da ditadura militar. Foi agraciado com o título nobiliárquico de visconde em 13 de junho de 1888.

No início do século XX, posteriormente à proclamação da república, foi professor de Direito Civil e Comercial da Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro.

Família

Casou em 6 de janeiro de 1859 com Francisca de Paula Martins de Toledo (São Paulo, 11 de fevereiro de 1839 — Rio de Janeiro, 22 de abril de 1916), filha do coronel da Guarda Nacional e conselheiro Joaquim Floriano de Toledo, e de sua segunda esposa, Ana Margarida da Graça Martins. Do casamento entre o visconde de Ouro Preto e Francisca de Paula nasceu o imortal Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, que veio a fundar o Jornal do Brasil (não teria fundado, mas colaborado por mais de 30 anos no jornal).[4] Francisca de Paula era irmã de Carlota Martins de Toledo, esposa de Jorge João Dodsworth, o segundo barão de Javari. Dodsworth era cunhado do barão de Tefé e, portanto, tio de Nair de Tefé.

Seu irmão, Carlos Afonso de Assis Figueiredo, foi ministro da Guerra e presidente da província do Rio de Janeiro. O visconde de Ouro Preto escreveu uma obra de história sobre os dez primeiros anos da República.

O gabinete de 7 de junho de 1889

Foi presidente do Conselho de Ministros e simultaneamente ministro da Fazenda

Notas

  1. Pela grafia arcaica, Affonso Celso de Assis Figueiredo.

Referências

  1. VASCONCELOS, 1918, p. 324.
  2. a b c «Afonso Celso de Assis Figueiredo, visconde de Ouro Preto». mapa.an.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2023 
  3. NETO, 2013, p. 198.
  4. «Conde Afonso Affonso Celso Assis Figueiredo Junior». www.dec.ufcg.edu.br. Consultado em 26 de junho de 2015. Arquivado do original em 26 de junho de 2015 

Bibliografia

  • BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento (1883). Diccionario Bibliographico Brazileiro. 1. Rio de Janeiro: Typographia Nacional. pp. 11–12 
  • VASCONCELOS, José Smith de; VASCONCELOS, Rodolfo Smith de (1918). Archivo nobiliarchico brasileiro, Itamaraty (2º Barão, Visconde e Conde de). Lausanne: Imprimerie La Concorde. pp. 324–325  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  • A Legitimidade Monárquica no Brasil por Armando Alexandre dos Santos, Artpress, São Paulo, 1988.
  • NETO, Pedro Fernandes (2013). Enlaces 1ª ed. [S.l.]: Editora Livro Rápido. 208 páginas 

Ligações externas

  • «Biografia no sítio do Ministério da Fazenda do Brasil» 
  • «Relatorio apresentado a Assemblea geral Legislativa na primeira sessão da decima terceira legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negocios da Marinha Afonso Celso de Assis Figueiredo (em 23 de maio de 1867)»  Disponibilizado pelo Center for Research Libraries.
  • «Relatorio apresentado a Assemblea geral Legislativa na segunda sessão da decima terceira legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negocios da Marinha Afonso Celso de Assis Figueiredo (em 13 de maio de 1868)»  Disponibilizado pelo Center for Research Libraries.

Precedido por
Francisco de Paula da Silveira Lobo
Ministro da Marinha do Brasil
1866 — 1868
Sucedido por
João Maurício Wanderley
Precedido por
Gaspar da Silveira Martins
Ministro da Fazenda do Brasil
1879 — 1880
Sucedido por
José Antônio Saraiva
Precedido por
João Alfredo Correia de Oliveira

Presidente do Conselho de Ministros

1889
Sucedido por
Tancredo Neves
Precedido por
João Alfredo Correia de Oliveira
Ministro da Fazenda do Brasil
1889
Sucedido por
Cândido Luís Maria de Oliveira
Precedido por
Cândido Luís Maria de Oliveira
Ministro da Fazenda do Brasil
1889
Sucedido por
Ruy Barbosa
  • v
  • d
  • e
Bandeira do primeiro reinado Primeiro reinado
(D. Pedro I)
Período regencial
Bandeira do segundo reinado Segundo reinado
(D. Pedro II)
Bandeira do Brasil (1889-1960) República Velha
(1.ª República)
Bandeira do Brasil (1889-1960) Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Bandeira do Brasil (1889-1960) Período Populista
(4.ª República)
Bandeira do Brasil Ditadura Militar
(5.ª República)
Bandeira do Brasil Nova República
(6.ª República)
Com a criação do Ministério da Defesa, em 10 de junho de 1999, o ministro da Marinha passou a ser denominado comandante da Marinha.
  • v
  • d
  • e

Império

Manuel Alves Branco José Carlos Pereira de Almeida Torres Francisco de Paula Sousa e Melo Pedro de Araújo Lima José da Costa Carvalho Joaquim José Rodrigues Torres Honório Hermeto Carneiro Leão Luís Alves de Lima e Silva Pedro de Araújo Lima Antônio Paulino Limpo de Abreu Ângelo Moniz da Silva Ferraz Luís Alves de Lima e Silva Zacarias de Góis Pedro de Araújo Lima Zacarias de Góis Francisco José Furtado Pedro de Araújo Lima Zacarias de Góis Joaquim José Rodrigues Torres José Antônio Pimenta Bueno José Maria da Silva Paranhos Luís Alves de Lima e Silva João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu José Antônio Saraiva Martinho Álvares da Silva Campos João Lustosa da Cunha Paranaguá Lafayette Rodrigues Pereira Sousa Dantas José Antônio Saraiva João Maurício Wanderley João Alfredo Correia de Oliveira Afonso Celso de Assis Figueiredo


República

Tancredo Neves Brochado da Rocha Hermes Lima

Bandeira do Império do Brasil



Bandeira do Brasil
  • v
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  • e
Colônia e
Reino Unido
Regência
(príncipe D. Pedro)
Primeiro reinado
(D. Pedro I)
Período regencial
Segundo reinado
(D. Pedro II)
República Velha
(1.ª República)
Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Período Populista
(4.ª República)
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
(6.ª República)
Indica secretário com atribuições equivalentes ao ministro da Fazenda (órgão extinto durante o governo Bolsonaro)
  • v
  • d
  • e
Presidente do
Conselho de Ministros
  • Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto (1889)
Visconde de Ouro Preto, presidente do Conselho de Ministros
Secretarias
de Estado
Negócios da Agricultura,
Comércio e Obras Públicas
Negócios Estrangeiros
Negócios da Fazenda
  • Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto (1889)
  • Cândido Luís Maria de Oliveira (interino) (1889)
  • Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto (1889)
Negócios da Guerra
Negócios do Império
Negócios da Justiça
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