Arlindo Veiga dos Santos

Arlindo Veiga dos Santos
Arlindo Veiga dos Santos
Nascimento 12 de fevereiro de 1902
Itu, São Paulo
Morte 1978 (76 anos)[1]
Etnia Negra
Alma mater Faculdade de Filosofia e Letras de São Paulo
Ocupação Escritor, político
Filiação Frente Negra Brasileira
Patrianovismo
Principais interesses Monarquia tradicional
Ideias notáveis Patrianovismo
Religião Católico Romano
Parte da série sobre
Conservadorismo no Brasil
Ideologias
  • Coronelismo
  • Integralismo
  • Janismo
  • Monarquismo
  • Patriotismo
  • Nacionalismo
  • Populismo de direita
  • Bolsonarismo

Portal do Conservadorismo

Portal do Brasil
  • v
  • d
  • e

Arlindo Veiga dos Santos (Itu, 12 de fevereiro de 19021978) foi um intelectual, poeta, escritor, líder político, monarquista, e tradicionalista brasileiro.[2] Fundou a Frente Negra Brasileira, primeiro movimento negro do Brasil, e a Ação Imperial Patrianovista, movimento que defendia a instauração de uma monarquia tradicional no Brasil.

Biografia

Nascido Arlindo José da Veiga Cabral dos Santos, de origem humilde, iniciou seus estudos em escolas católicas. Ainda adolescente, revelou talento literário e jornalístico, tanto escrevendo poesias quanto colaborando em algumas publicações. Por problemas financeiros da família, transferiu-se para São Paulo, onde fez curso universitário na Faculdade de Filosofia e Letras de São Paulo, hoje parte da PUC-SP.[3] Nesta instituição, concluiu o curso de Filosofia e Letras, em 1926.[4]

Participou das atividades do Centro Cívico Palmares e da Sociedade Negra de Cultura.[5][6] Fundou e presidiu a Ação Imperial Patrianovista Brasileira, uma organização monarquista que teve inserção em vários estados brasileiros, entre as décadas de 1930 e 1960; e a Frente Negra Brasileira (1931-1937). Sendo esta, uma das maiores lideranças da população afro-brasileira na primeira metade do século XX. Foi muito influenciado pelo catolicismo conservador e pelo integralismo português, além de ter tido contatos com os integralistas brasileiros como Plinio Salgado, embora não tenha chegado a fazer parte desse grupo. Também dirigiu os jornais Pátria Nova, O Bibliófilo e os semanários Mensageiros da Paz e O Século.[7] Arlindo também foi professor de latim, inglês, português, história, sociologia e filosofia. Lecionou em faculdades privadas como a Faculdade de São Bento e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tendo por princípio ideológico recusado qualquer cargo público, por ser monarquista e contra a república, como quando recusou o convite para ser secretário de educação de São Paulo em 1930.[8]

Publicou diversos trabalhos como: Para a ordem nova, Eco do Redentor, A lírica de Luiz Gama, O Problema Operário e a Justiça Social, Brasil, Província d'El-Rei, Sentimentos da Fé e do Império e Incenso de minha miséria, De Nóbrega e outros patrícios. O seu livro Amar... e amor depois recebeu a Menção Honrosa da Academia Brasileira de Letras, em 1923. Publicou, também, outras obras de cunho político, social, lírico e ligado à questão racial.[9][10]

Traduziu diversas obras de autores estrangeiros como Tomás de Aquino, Charles Maurras, Francisco Elías de Tejada e Jacques Valdour.

Seu talento intelectual foi reconhecido internacionalmente, recebendo uma série de diplomas honoríficos, dentre os quais merecem destaque: membro do Instituto de Direito Social da Academia Brasileira de Ciências Sociais e Políticas, membro da Sociedade Geográfica Brasileira, membro da Association de Poetes de Langue Française, membro honorário vitalício, na qualidade de fellow da American International Academy, de Nova York; dignidade e honra da Estrela e Cruz de Academic Honor; membro de honra da Légion des Volsntaires du Sang, de Paris; sócio de honra da Associazione Internazionale Insigniti Ordini Cavallereschi, de Palermo, Itália.[11][12]

Obras publicadas

  • Os filhos da cabana, 1923.
  • Amar... e amar depois, 1923.
  • O carnaval, 1925.
  • Contra a corrente, 1931.
  • Satanás, 1932.
  • Para a Ordem Nova (política católica), 1933.
  • Evocando o passado, 1940.
  • Incenso da minha miséria, 1941.
  • Ecos do Redentor, 1942.
  • Brasileiros, às armas!, 1943.
  • A lírica de Luís Gama, 1943.
  • O esperador de bondes, 1944.
  • As raízes históricas do Patrianovismo (história e pensamento político), 1946.
  • Sentimentos da Fé e do Império (poesia), 1940.
  • Orgânica Patrianovista (política e economia), 1951.
  • O problema operário e a justiça social, 1953.
  • De Nóbrega e outros patrícios, 1955.
  • Maurras — defensor da realidade (opúsculo; pensamento político), 1956.
  • História de um amor fingido, 1956.
  • Compreensão de Farias Brito (filosofia), 1956.
  • Filosofia política de Santo Tomás de Aquino, 1956.
  • Apelo à mocidade, 1958.
  • Sob o signo da fidelidade, 1959.
  • Brasil, Província d'El-Rei (opúsculo; história), 1960
  • Ideias que marcham no silêncio (pensamento político), 1962.

Traduções

Referências

  1. OLIVEIRA, 1998, p.39
  2. «150.164.100.248/literafro/data1/autores/34/dados1.pdf» (PDF). 150.164.100.248. Consultado em 4 de julho de 2015. Arquivado do original (PDF) em 5 de julho de 2015 
  3. «Analise do livro O Cavaleiro Negro» 
  4. «O cavaleiro negro: Arlindo Veiga dos Santos e a Frente Ne... - 14/10935-0». www.bv.fapesp.br. Consultado em 4 de julho de 2015 
  5. Carvalho, Gilmar Luiz de. A imprensa negra paulista entre 1915 e 1937: características, mudanças e permanências. Mestrado. Universidade de São Paulo, 2009, pp. 158-161
  6. «Sociedade Negra de Cultura Correio Paulistano (SP) - 1920 a 1929 - DocReader Web». memoria.bn.br. 16 de Agosto de 1927. Consultado em 12 de abril de 2023 
  7. «inauthor:%22Arlindo VEIGA DOS SANTOS%22 - Pesquisa Google». www.google.com.br. Consultado em 4 de julho de 2015 
  8. «"DEUS, PÁTRIA, FAMILIA...MONARQUIA: AÇÃO IMPERIAL PATRIONOVISTA E AÇÃO INTEGRALISTA BRASILEIRA - CHOQUES E CONSONÂNCIAS"». www.tempopresente.org. Consultado em 4 de julho de 2015 
  9. «IMPRENSA NEGRA». www2.assis.unesp.br. Consultado em 4 de julho de 2015 
  10. «Livros por Arlindo Veiga dos Santos na Estante Virtual». Estante Virtual. Consultado em 4 de julho de 2015 
  11. «A FRENTE NEGRA BRASILEIRA, NASCIDA NA CAPITAL PAULISTA EM 1931, FOI UM DIFERENCIAL PARA OS NEGROS BRASILEIROS. - CULTNE.com.br - Acervo Digital de Cultura Negra». CULTNE.com.br - Acervo Digital de Cultura Negra. Consultado em 4 de julho de 2015 
  12. Risério, Antonio (2007). A utopia brasileira e os movimentos negros. [S.l.]: Editora 34. ISBN 9788573263855 

Bibliografia

  • Oliveira, Eduardo (1998). Quem é Quem na Negritude Brasileira 1ª ed. São Paulo: Ministério da Justiça 

Ligações externas

  • O “messias” negro? Arlindo Veiga dos Santos.
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e