Braspetro

Braspetro
Razão social Petrobras Internacional S.A.
Tipo anterior
Empresa de capital fechado
Atividade Petróleo
Gênero Subsidiária
Fundação 1972
Destino Incorporada
Encerramento 2002
Sede Rio de Janeiro, RJ,  Brasil
Proprietário(s) Petrobras

A Braspetro foi uma subsidiária da Petrobras, responsável por atividades da companhia no plano internacional.[1] Foi incorporada pela Petrobras em 2002.[1]

Histórico

A companhia foi criada em 1972, no contexto das crises econômicas mundiais e da elevação do preço do barril de petróleo provocados pelo Choque do Petróleo, em uma estratégia de obter, no exterior, parcerias para o fornecimento de petróleo para o país. Entre as atividades que deveria desenvolver estavamː a industrialização, o comércio, o transporte, o armazenamento, a lavra, a pesquisa, a importação e a exportação de petróleo e outros hidrocarbonetos (líquidos ou gasosos), bem como seus derivados.[1][2][3]

Em 1976, a Petrobras também criou duas subsidiárias: a Interbras e a Brasoil, que ficaram responsáveis por atividades relacionadas à exportação e à importação de bens e serviços, assim como promover maior flexibilidade e agilidade às atividades que a Braspetro realizava no exterior.[2]

Em sua atuação no exterior, a Braspetro firmou contratos de assistência técnica, obtendo a concessão de blocos para exploração, além de coordenar relações comerciais entre Brasil e países produtores de petróleo. Na sua primeira fase, a companhia buscou atuar em parceria com empresas estatais dos países aos quais se associava. No ano de 1972, foram celebrados acordos de exploração com Colômbia (aquisição de 50% da Tennecol), Madagascar e Iraque. Nos anos seguintes, foram firmados contratos com o Egito, Irã (em parceria com a Mobil Oil), Líbia (2 blocos nas bacias de Sirte e Murzuk) e Argélia. No entanto, a companhia só obteve êxito nos contratos com a Colômbia e o Iraque, não conseguindo resultados significativos nos demais países. [1][4]

O maior êxito da Braspetro foram as descobertas do campos gigantes de Majnoon, em 1976, e de Nhrumr, em 1978, no Iraque. O campo de Majnoon tinha reservas estimadas em 7 bilhões de barris de petróleo, e junto ao campo de Nhrumr, foi apontado como a maior descoberta de um campo de petróleo no mundo na década de 1970. No entanto, o projeto era afetado pelo risco político do conflito Irã-Iraque, que poderia provocar uma nacionalização arbitrária do empreendimento, e havia uma disputa pela destinação dos recursos da Petrobras, que começava a realizar pesados investimentos na Bacia de Campos. Diante disso, a Braspetro e o governo iraquiano celebraram um acordo em 1979, pelo qual ela cederia o campo no lugar de um indenização de US$ 1,402 bilhões, com a garantia de fornecimento de petróleo ao Brasil.[1][4]

No fim dos anos 1970 e nos anos 1980, a Braspetro continuou suas suas operações dando preferência a áreas onde havia menor risco de exploração, como o mar do Norte ou golfo do México (Estados Unidos), a Guatemala, a China, Angola, a Índia e o Zaire, embora não tendo conseguido realizar uma descoberta comparável a Majnoon. A Braspetro utilizava a presença comercial que a Petrobras tinha nos países que exportavam petróleo para ampliar e desenvolver novos mercados para os produtos então produzidos no Brasil. No fim dos anos 1970, a Braspetro possuía 114 negociações internacionais de comércio com 17 países.[2][1][4]

Até os anos 80, as principais subsidiárias da Petrobrás eram: a Petroquisa (Petrobras Química S.A.); a BR Distribuidora (Petrobras Distribuidora S.A.); a Braspetro (Petrobras Internacional S.A.); a Interbrás (Petrobras Comércio Internacional S.A.); a Petrofértil (Petrobras Fertilizantes S.A.); e Petromisa (Petrobras Mineração S.A.).[1]

Na década de 1990, ocorre o fim do monopólio da Petrobras no Brasil, bem como a privatização de diversas empresas públicas, o que levou a Petrobras a perder diversas subsidiárias, inclusive as que atuavam no mercado externo.[2]

No Plano Estratégico de 1999, foi inserida na estrutura organizacional da Petrobras uma nova área de negócios internacional e retomada a estratégia de internacionalização da empresa, com acordos de trocas de ativos com a argentina Repsol-YPF e aquisição de duas refinarias na Bolívia.[5]

Em 2002, foi criada a Área de Negócio Internacional, o que levou a Braspetro a ser incorporada à Petrobras.[2]

O nome Braspetro ainda existe na razão social das empresas PIB BV (Petrobras International Braspetro), subsidiária localizada na Holanda, criada em 2002 para participar em sociedades que atuam no exterior; e na Brasoil (Braspetro Oil Services Company).[6]

Referências

  1. a b c d e f g «| Atlas Histórico do Brasil - FGV». atlas.fgv.br. Consultado em 26 de junho de 2023 
  2. a b c d e «O processo de internacionalização da Petrobras» (PDF) 
  3. Câmara dos Deputados. «PROPOSTA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE No 120, DE 2013» 
  4. a b c Fernanda Cecília Ferreira Ribeiro. «Estratégia Internacional da Petrobras: Estudo de Caso da Aquisição da Perez Companc na Argentina» (PDF) 
  5. Ferreira, Pablo Gabriel (junho de 2009). «A Petrobrás e as reformas do setor de petróleo e gás no Brasil e na Argentina». Revista de Sociologia e Política: 85–96. ISSN 0104-4478. doi:10.1590/S0104-44782009000200007. Consultado em 26 de junho de 2023 
  6. Petrobras. «Relatório da Administração e Demonstrações Financeiras 2022» (PDF) 
  • v
  • d
  • e
Uma empresa da União, através do Ministério de Minas e Energia
Subsidiárias
Participações
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