Calístenes

Calístenes de Olinto (c. 360 a.C. - c. 328 a.C.), foi um historiador grego da Antiguidade, sobrinho e discípulo de Aristóteles,[1] em Assos.

Carreira

Viajou com o seu tio até a corte da Macedónia em Pela, depois do pedido que Filipe II fez a Aristóteles para que fosse tutor do seu filho Alexandre.

Depois do assassinato de Filipe, Calístenes foi recomendado por Aristóteles para ser o historiador pessoal de Alexandre.[2] Apesar de elogiar as façanhas de Alexandre, Calístenes foi também um dos seus críticos, a partir do momento em que Alexandre decidiu assumir o cerimonial persa, com práticas como a prosquínese dos seus súditos perante ele. Este costume oriental consistia na prostração de joelhos e em tocar com a testa no chão, quando na presença do rei, como prova de devoção ao soberano pela sua natureza divina. Esta prática foi mal recebida pelos macedónios e gregos do exército e burocracia, entre os quais se encontrava Caslístenes, que em certa ocasião ofendeu o rei ao não prostrar-se perante ele. Isto pressupôs a queda em desgraça do historiador perante Alexandre, que mais tarde o acusou de liderar uma conspiração e o mandou prender. Calístenes acabou por morrer na prisão, ou devido às torturas ou por inanição (ou crucificado[3]). O seu amigo Teofrasto dedicou-lhe uma obra.

Além da crónica da expedição de Alexandre, Calístenes escreveu outras obras, como as Helénicas[4] e a Lista dos vencedores dos Jogos Píticos,[5] esta com o seu tio Aristóletes.

Uma grande quantidade de material lendário foi reunido em dez volumes denominados Romance de Alexandre, sendo a base de todas as lendas sobre a sua figura que circularam na Idade Média. A forma final deste texto pertence ao século III e o seu autor é geralmente conhecido por Pseudo-Calístenes,[6] se bem que a tradução latina, feita por Julio Valério Polemio,[7] em princípios do século IV, seja atribuída a um tal Esopo. Outros personagens a quem se atribui a sua autoria são Aristóteles, Antístenes, Onesícrito ou Flávio Arriano.

Posteriormente foram feitas versões em várias línguas, na Idade Média, sendo a tradução latina de Valério substituída pela de Leão, arcebispo de Nápoles, no século X, denominada Historia de Preliis.[8]

Referências

  1. Pothos org: Callisthenes
  2. Alexandre Magno e Atenas by Borja Antela Bernárdez, Google Books
  3. Livius.org: Callisthenes of Olynthus
  4. Alexandre Magno e Atenas by Borja Antela Bernárdez, Google Books
  5. Diccionario Akal de El saber griego by Jacques Brunschwig and Geoffrey LLoyd, Google Books
  6. Pseudo Callisthenes, Google Books
  7. Antonio de Guevara y Europa, Por Simón A. Vosters, Google Books
  8. The Medevil Alexander, Cambridge University Press, Google Books
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Calístenes».

Ligações externas

  • Pothos.org: Callisthenes
  • Livius.org: Callisthenes of Olynthus
  • Livius.org: Alexander the Great: the 'good' sources – Official propaganda: Callisthenes