Celastraceae

Como ler uma infocaixa de taxonomiaCelastraceae
Euonymus latifolius.
Euonymus latifolius.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
(sem classif.) fabídeas
Ordem: Celastrales
Família: Celastraceae
R.Br.[1]
Subfamílias
  • Celastroideae
  • Hippocrateoideae
  • Parnassioideae
  • Salacioideae
  • Stackhousioideae
Sinónimos[2][3][4]
  • Brexiaceae
  • Canotiaceae
  • Chingithamnaceae
  • Euonymaceae
  • Goupiaceae
  • Hippocrateaceae
  • Lepuropetalaceae
  • Parnassiaceae
  • Plagiopteraceae
  • Pottingeriaceae
  • Salaciaceae
  • Siphonodontaceae
  • Stackhousiaceae
Euonymus alatus (hábito e folhagem outonal).
Celastrus orbiculatus.
Folhagem de Loeseneriella africana.
Inflorescência de Gymnosporia senegalensis.
Ilustração mostrando Euonymus europaea.
Diagrama floral de Euonymus europaea.
Folhas de khat (Catha edulis) preparadas para consumo.

Celastraceae é uma família de plantas com flor, integrada na ordem Celastrales, que agrupa 96 géneros e mais de 1 350 espécies[5] de plantas herbáceas, lianas, arbustos e pequenas árvores, com distribuição cosmopolita nas regiões tropicais e subtropicais.[6] Apesar da larga predominância de espécies tropicais e subtropicais, os géneros Celastrus, Euonymus e Maytenus apresentam ampla distribuição natural nas regiões de clima temperado, e o género Parnassia ocorre em regiões de clima alpino e árctico. Muitas espécies são utilizadas como plantas ornamentais em parques e jardins. A espécie Catha edulis, conhecida por khat, é largamente utilizada como estimulante.

Morfologia

Os membros das Celastraceae são árvores ou arbustos, por vezes escandentes, pubescentes, glabros ou quase glabros, com folhas simples, de filotaxia alterna ou oposta, raramente verticilada, sem estípulas ou com estípulas rudimentares persistentes ou caducas. As folhas apresentam margem inteira, crenada ou, mais frequentemente, serreada. As folhas contêm cristais de oxalato de cálcio em cistólitos dermais.[6][7]

São plantas hermafroditas, poligamodioicas ou dioicas, com flores agrupadas em inflorescências axilares ou em nós florais acompanhados de folhas não desenvolvidas. As inflorescências são cimosas, tirsoides, racemosas ou fasciculadas, com brácteas cerosas. As flores são pouco vistosas, bissexuadas, actinomorfas e diclamídeas, com cálice geralmente gamossépalo e corola geralmente dialipétala. As sépalas são 4 ou 5, livres ou unidas na base, imbricadas, algumas vezes persistentes. As pétalas 4 ou 5, livres, imbricadas. Os estames são em igual número que as partes do perianto, filamentos livres surgindo por debaixo ou na margem do disco, alternipétalos ou alternisépalos, anteras tetra-esporangiadas e ditecas ou bi-esporangiadas, com deiscência longitudinal, em geral introrsas ou laterais (extrorsas e por vezes quase terminais em Euonymus).[6][8]

O ovário é súpero ou menos frequentemente semi-ínfero, com 2 à 5 carpelos e igual número de lóculos, sendo estes bi- a pluviovulados, algumas vezes abortando um lóculo. O estilete é terminal, em geral curtamente 2–5-lobado, óvulos (1) 2 (3), 2–6 em Canotia, numerosos em Goupia, erectos, raras vezes pêndulos, de placentação axilar.[6]

Nesta família, os frutos assumem tipos muito variados, sendo maioritariamente do tipo cápsula, mas com muitas espécies que produzem sâmaras, bagas ou drupas.[6] As sementes são em geral ariladas, com arilo laranja, vermelho,[8] ou branco, pelo qual são amplamente dispersas pela avifauna (zoocoria). Muitos dos frutos são alados (especialmente as sâmaras), facilitando a dispersão pelo vento (anemocoria).

Muitas das espécies são ricas em politerpenos (incluindo guta-percha), dulcitol, alcalóides e digitalóides (evonoside, evobioside, evomonoside). As maiores concentrações ocorrem nas sementes.

Distribuição

A maioria das espécies ocorre nas regiões tropicais, onde se situamos centros de diversidade da família. Nas regiões subtropicais há também distribuição cosmopolita, com elevado número de espécies. Nas regiões de clima temperado são relativamente comuns as espécies desta família, especialmente do géneros Celastrus, Euonymus e Maytenus, que apresentam ampla distribuição natural nas regiões de clima temperado. O género Parnassia ocorre em regiões de clima alpino e árctico, sendo contudo raro.

Usos

Múltiplos géneros contêm espécies utilizados como planta ornamental, nomeadamente Canotia, Catha, Celastrus, Euonymus e Maytenus.

A espécie Catha edulis, conhecida por khat, é largamente utilizada como estimulante na Península Arábica e no Corno de África.[9] Os tecidos desta planta, especialmente as folhas frescas, são ricos em catinona, um alcaloide que se decompõe após ingestão, produzindo catina e norefedrina, substâncias da família das fenilpropanolaminas, que, por sua vez, são integrantes do grupo das feniletilaminas, aparentadas às anfetaminas e às catecolaminas (epinefrina e norepinefrina).[10] Os dois principais ingredientes ativos do khat, a catina e a catinona, têm estruturas moleculares muito similares à estrutura da anfetamina.[11]

O uso medicinal da família concentra-se nas espécies do género Maytenus, utilizada no tratamento de problemas digestivos.[12]

Filogenia e sistemática

A família Celastraceae foi proposta em 1814 por Robert Brown na sua obra A Voyage to Terra Australis, 2, p. 554. O género tipo é Celastrus L.. Os resultados filogenéticos obtidoc com recursos ás técnicas da biologia molecular levaram a grandes alterações na circunscrição taxonómica da família de que resultou a produção de uma vasta sinonímia taxonómica, a qual inclui: Parnassiaceae Martynov, Lepuropetalaceae Nakai, Brexiaceae Loudon, Canotiaceae Airy Shaw, Chingithamnaceae Handel-Mazzetti, Euonymaceae Berchtold & J.Presl, Hippocrateaceae Juss., Plagiopteraceae Airy Shaw, Pottingeriaceae Takhtajan, Salaciaceae Raf., Siphonodontaceae Tardieu-Blot e Stackhousiaceae R.Br..

A seguinte árvore filogenética foi construída combinando partes de três cladogramas distintos.[13][14][15] O suporte é com nível de confiança de 100%, excepto onde mostrado. As ramificações com menos de 50% de suporte após reamostragem foram colapsadas. Os números dos clados são de Simmons et al. (2008).[15]

Celastrales  
Lepidobotryaceae

Lepidobotrys

Ruptiliocarpon

Lepuropetalon

Parnassia

68 

Pottingeria

Mortonia

56 

Quetzalia

Zinowiewia

CLADE 1 

Peripterygia

Siphonodon

80 

Dicarpellum

Tripterococcus

Macgregoria

Stackhousia

Menepetalum

Psammomoya

Denhamia

87 
CLADE 2 

Maytenus

53 

Gyminda

89 

Tripterygium

Celastrus

99 

Paxistima

Crossopetalum

Canotia

Euonymus

CLADE 3  89
CLADE 4 

Empleuridium

72 

Pterocelastrus

69 

Mystroxylon

Robsonodendron

CLADE 5  50

Salaciopsis

CLADE 6 
96 

Catha

Hartogiella

   

Cassine

Maurocenia

98 

Lydenburgia

Gymnosporia

CLADE 7 
   
   

Polycardia

Brexia

   

Pleurostylia

   

Elaeodendron

Pseudocatha

Kokoona

Lophopetalon

Salacia

Tontelea

Plagiopteron

Hippocratea

Pristimera

Loeseneriella

Sistemática

Na sua presente circunscrição taxonómica, a família Celastraceae está subdividida nas seguintes sufamílias:[16]

  • Celastroideae
  • Hippocrateoideae
  • Parnassioideae
  • Salacioideae
  • Stackhousioideae

A família Celastraceae inclui os seguintes géneros:[17]

Géneros fósseis
  • Celastrinites

Distribuição dos géneros

Celastroideae: hábito de Brexia madagascariensis.
Celastroideae: Cassine peragua.
Celastroideae: Denhamia oleaster.
Celastroideae: Elaeodendron melanocarpum.
Celastroideae: inflorescência de Gymnosporia montana.
Celastroideae: folhagem e flores de Mortonia utahensis.
Celastroideae: ramo com folhagem e flores de Paxistima myrsinites.
Celastroideae: ramo com folhagem e flores de Putterlickia pyracantha.
Hippocrateoideae: inflorescência de Prionostemma aspera.
Parnassioideae: hábito e flores de Parnassia fimbriata.
Salacioideae: fruto de Salacia aurantiaca.
Stackhousioideae: inflorescência Stackhousia monogyna.

A família Celastraceae está subdividida em cinco subfamílias, com cerca de 96 géneros[18] com 1200 a 1325 espécies:[19]

  • Subfamília Celastroideae: com cerca de 66 géneros:
    • Acanthothamnus Brandegee (incluindo Scandivepres Loes.): contém apenas uma espécie:
    • Allocassine N.Robson: contém apenas uma espécie:
      • Allocassine laurifolia (Harv.) N.Robson: nativa da África do Sul.
    • Apatophyllum McGill.: contém 5 espécies, nativas da Austrália.[20].
    • Brassiantha A.C.Sm.: contém apenas uma espécie::
    • Brexia Noronha ex Thouars (incluindo Thomassetia Hemsl., Venana Lam.): com 4 espécies, nativas de Madagáscar.
    • Brexiella H.Perrier: com 2 espécies, endémicas de Madagáscar.
    • Canotia Torr.: com 2 espécies, distribuídas pela Califórnia e pelo México.
    • Cassine L. (inclusive Hartogia Thunb. ex L.f., Hartogiella Codd): agrupa 3 espécies da África do Sul.[21]
    • Catha Forssk. ex Scop. (sin.: Dillonia Sacleux): com apenas uma espécie:
    • Celastrus L. (inclusive Monocelastrus F.T.Wang & Tang): com cerca de 30 espécies, distribuídas pelas regiões tropicais, subtropicais e temperadas da Ásia, Austrália, Madagáscar e do Novo Mundo. Na China ocorrem 25 espécies, das quais 16 apenas naquele território.[22]
    • Crossopetalum P.Browne (inclusive Rhacoma P.Browne ex L., Myginda Jacq.): contém 40 a 50 espécies.
    • Denhamia Meisn.: as cerca de 7 espécies ocorrem no leste e norte da Austrália.
    • Dicarpellum (Loes.) A.C.Sm.: contém apenas 4 espécies.
    • Elaeodendron Jacq. (inclusive Crocoxylon Eckl. & Zeyh., Pseudocassine Bredell, Telemachia Urb.): agrupa 15 a 40 espécies das Antilhas, de África (4 espécies no Zimbabwe, 5 espécies em Moçambique), Madagáscar, Índia, Macaronésia e Austrália.[21]
    • Empleuridium Sond. & Harv.: com apenas uma espécie:
      • Empleuridium juniperinum Sond. & Harv.: nativa da África do Sul.
    • Euonymus L., sin.: Evonymus L. orth. var., Kalonymus (Beck) Prokh., Pragmotessara Pierre, Pragmotropa Pierre, Quadripterygium Tardieu, Sphaerodiscus Nakai): dividido em 2 subgéneros, contém cerca de 130 espécies. Ocorre na Eurásia, Australásia, Madagáscar e América do Norte. Na China ocorrem 90 espécies, das quais 50 apenas naquele território.[22]
    • Evonymopsis H.Perrier, muitas vezes grafado de acordo com o ICBN 60.5. Euonymopsis H.Perrier orth. var.: contém 5 espécies.
    • Fraunhofera Mart.: com apenas uma espécie:
      • Fraunhofera multiflora Mart.: nativa do Brasil.
    • Gloveria Jordaan: com apenas uma espécie:
      • Gloveria integrifolia (L. f.) Jordaan: nativa do sul da África.
    • Glyptopetalum Thwaites: com cerca de 20 espécies, nativas dos trópicos e subtrópicos da Ásia. Na China ocorrem 9 espécies, 7 das quais apenas naquele território.[22]
    • Goniodiscus Kuhlm.: com apenas uma espécie:
    • Gyminda Sarg.: com 4 espécies, nativa do Neotropis.
    • Gymnosporia (Wight & Arn.) Benth. & Hook. f.: com 80 espécies, nativas dos trópicos e subtrópicos, maioritariamente do Velho Mundo, mas com algumas espécies distribuídas pelas Américas.[22]
    • Hartogiopsis H.Perrier: com apenas uma espécie:
      • Hartogiopsis trilobocarpa (Baker) H.Perrier: endemismo de Madagáscar.
    • Hedraianthera F.Muell.: nativa da Austrália.
    • Hexaspora C.T.White: com apenas uma espécie:
      • Hexaspora pubescens C.T.White: nativa do norte de Queensland (Austrália).
    • Hypsophila F.Muell.: com 3 espécies que ocorrem no nordeste da Austrália.
    • Kokoona Thwaites: com 8 espécies, uma no Sri Lanka e sul da Índia, uma em Mianmar e 6 em Samatra, na Península Malaia, Bornéu e Filipinas.
    • Lauridia Eckl. & Zeyh.: com apenas 1-2 espécies:
      • Lauridia tetragona (L. f.) R.H.Archer: nativa do sul da África.
    • Lophopetalum Wight ex Arn. (inclusive Solenospermum Zoll.): com 18 espécies, nativas do Sueste da Ásia e Malésia.
    • Lydenburgia N.Robson: com 2 espécies, nativas da África do Sul.
    • Maurocenia Mill.: com apenas uma espécie:
      • Maurocenia frangularia Pers.: endemismo da África do Sul.
    • Maytenus Molina (inclusive Boaria A.DC.): com cerca de 220 espécies, nativas do Neotropis e das regiões temperadas da Australásia.
    • Menepetalum Loes.: com 6 espécies, nativas da Nova Caledónia.
    • Microtropis Wall. ex Meisn. (inclusive Chingithamnus Hand.-Mazz., Otherodendron Makino, Paracelastrus Miq.): com cerca de 60 espécies, nativas das regiões tropicais e subtropicais da África, do Novo Mundo, do leste da Ásia e do Sueste Asiático. Na China ocorrem 27 espécies, das quais 20 são endemismos.[22]
    • Monimopetalum Rehder: com apenas uma espécie:
      • Monimopetalum chinense Rehder: ocorrem em altitudes entre 400 e 700 m nas províncias chinesas de Anhui (Qimen), leste de Hubei (Tongshan) e norte de Jiangxi (Jingdezhen).[22]
    • Mortonia A.Gray: com 5 espécies, nativas das zonas desérticas do México e do sudoeste dos Estados Unidos.
    • Moya Griseb.: com apenas 3 espécies, nativas da Argentina, Bolívia e Paraguai.
    • Mystroxylon Eckl. & Zeyh.: com apenas uma espécie:
      • Mystroxylon aethiopicum (Thunb.) Loes.: nativa da África e Madagáscar.
    • Orthosphenia Standl.: com apenas uma espécie:
      • Orthosphenia mexicana Standl.: nativa das regiões desérticas do México.
    • Paxistima Raf. (inclusive Pachystima Raf.): com apenas 2 espécies, nativas da América do Norte.
    • Peripterygia (Baill.) Loes.: com apenas uma espécie:
    • Platypterocarpus Dunkley & Brenan: com apenas uma espécie:
      • Platypterocarpus tanganyikensis Dunkley & Brenan: endemismo da Tanzânia.
    • Plenckia Reissek (inclusive Viposia Lundell): com 4 espécies, nativas da América do Sul.
    • Pleurostylia Wight & Arn. (inclusive Cathastrum Turcz., Herya Cordem.): com 5 espécies, nativas do Paleotropis.[22]
    • Polycardia Juss.: com 4 espécies, com distribuição restrita a Madagáscar.[23]
    • Psammomoya Diels & Loes.: com apenas 2 espécies, nativa do oeste da Austrália.[24]
    • Pseudosalacia Codd: com apenas uma espécie:
      • Pseudosalacia streyi Codd: ocorre em Pondoland no sul de KwaZulu-Natal na região leste do Transkei na Província de Cabo Oriental e de Uvongo a Port St. John's. É um arbusto ou pequena árvore que foi incluída na Lista Vermelha da IUCN como ameaçada.[25]
    • Ptelidium Thouars: com apenas 2 espécies, nativas de Madagáscar.[23]
    • Pterocelastrus Meisn.: com 4 espécies, ocorre no sueste da África.
    • Putterlickia Endl.: com 4 espécies, nativas da África do Sul e do sul de Moçambique.
    • Quetzalia Lundell: com 11 espécies, nativas do México a América Central.
    • Robsonodendron R.H.Archer: com apenas 2 espécies, ocorrem no sul da África.
    • Rzedowskia Medrano: com apenas uma espécie:
      • Rzedowskia tolantonguensis Medrano: ocorre em altitudes entre 1400 e 2000 m no México.
    • Salaciopsis Baker f. (inclusive Lecardia J. Poiss. ex Guillaumin): com 6 espécies, ocorrem apenas na Nova Caledónia.
    • Salvadoropsis H.Perrier: com apenas uma espécie:
      • Salvadoropsis arenicola H.Perrier: endemismo de Madagáscar.[23]
    • Sarawakodendron Ding Hou: com apenas uma espécie:
      • Sarawakodendron filamentosum Ding Hou: este endemismo ocorre apenas em Sarawak no Bornéu. É uma pequena árvore que está incluída na Lista Vermelha da IUCN como ameaçada.[25]
    • Schaefferia Jacq.: com cerca de 23 espécies, nativas do Novo Mundo.
    • Siphonodon Griff. (inclusive Capusia Lecomte): as cerca de 7 espécies são nativas do Sueste Asiático, Macaronésia e Austrália.
    • Tetrasiphon Urb.: com apenas uma espécie:
      • Tetrasiphon jamaicensis Urb.: endemismo da Jamaica.
    • Torralbasia Krug & Urb.: com apenas uma espécie:
    • Tricerma Liebm.: as cerca de 7 espécies ocorrem no sul da América do Norte e na América do Sul.
    • Tripterygium Hook. f.: com apenas uma espécie:
      • Tripterygium wilfordii Hook. f.: nativo do nordeste de Mianmar, pela China até à Coreia, Taiwan e Japão.[22]
    • Wimmeria Schltdl. & Cham.: com cerca de 12 espécies, nativa da América Central.
    • Xylonymus Kalkman ex Ding Hou: com apenas uma espécie:
      • Xylonymus versteghii Kalkman ex Ding Hou; nativa do oeste da Nova Guiné.
    • Zinowiewia Turcz.: com cerca de 17 espécies, ocorrem entre o México e a Venezuela.
  • Subfamília Hippocrateoideae (sin.: Hippocrateaceae): contém 19 géneros com cerca de 100 espécies no Paleotropis e Neotropis:[26]
    • Anthodon Ruiz & Pav.: com 4 espécies, desde o Panamá ao sueste do Brasil.
    • Apodostigma R.Wilczek: com apenas uma espécie:
      • Apodostigma pallens (Planch. ex Oliv.) R.Wilczek (sin.: Apodostigma pallens f. capuroniana N.Hallé, Hippocratea pallens Planch. ex Oliv.): ocorre em altitudes entre 0 e 1500 m desde o Senegal à Etiópia e para sul até ao norte do Zimbabwe e de Angola; ocorre também desde o leste do Quénia até Moçambique.
    • Arnicratea N.Hallé: com 3 espécies, ocorrem a altitudes até mais de 700 m na Índia, Sueste Asiático e Macaronésia.
    • Bequaertia R.Wilczek: com apenas uma espécie:
      • Bequaertia mucronata (Exell) R.Wilczek: nativa das regiões tropicais da África Ocidental.
    • Campylostemon Welw.: agrupa pelo menos 8 espécies de África.
    • Cuervea Triana ex Miers: com 5 espécies, nativo do Novo Mundo e da África.
    • Elachyptera A.C.Sm.: as cerca de 7 espécies são nativas da América Central e do Sul, da África e de Madagáscar.
    • Helictonema Pierre: com apenas uma espécie:
      • Helictonema velutinum (Afzel.) R.Wilczek: nativa das florestas da África tropical.
    • Hippocratea L. (inclusive Hemiangium A.C.Sm.): agrupa 90 a 120 espécies das regiões tropicais e subtropicais. São maioritariamente lianas e arbustos trepadores, raramente árvores.
    • Hylenaea Miers: com 3 espécies, nativas da América Central e do Sul.
    • Loeseneriella A.C.Sm.: com cerca de 20 espécies, nativas dos trópicos da Ásia e África.[22]
    • Prionostemma Miers: com espécies na América Central e do Sul e nas regiões tropicais da África e da Índia.
    • Pristimera Miers: com cerca de 30 espécies, principalmente do Neotropis, mas com algumas espécies na regiões tropicais da Ásia.[22]
    • Reissantia N.Hallé: as cerca de 7 espécies são nativas da África e de Madagáscar, Índia, Sueste Asiático e Macaronésia.
    • Semialarium N.Hallé: com apenas 2 espécies, distribuídas pelo México, América Central e América do Sul.
    • Simicratea N.Hallé: com apenas uma espécie:
      • Simicratea welwitschii (Oliv.) N.Hallé: nativa das regiões tropicais da África.
    • Simirestis N.Hallé: com 8 espécies, nativas das florestas da África.
    • Tristemonanthus Loes.: com apenas 2 espécies, nativas da África tropical.
  • Subfamília Parnassioideae (sin.: Parnassiaceae): agrupa apenas 2 géneros com cerca de 51 espécies:
    • Parnassia L.: agrupa 50 espécies, distribuídas pelo Holárctico.
    • Lepuropetalon Elliott (sin.: Cryptopetalum Hook. & Arn.): com apenas uma espécie:
      • Lepuropetalon spathulatum Elliott: nativa do sueste do Estados Unidos e do México e ainda do Chile. Alguns autores consideram este género como posicionado numa família autónoma, designada por Lepuropetalaceae.
  • Subfamília Salacioideae: contém 6 géneros com cerca de 225 espécies no Paleotropis e Neotropis:[27]
    • Cheiloclinium Miers (inclusive Kippistia Miers): com cerca de 13 espécies, nativas da América Central e do Sul.
    • Peritassa Miers: com cerca de 19 espécies, nativas da América Central e do Sul.
    • Salacia L.: (inclusive Annulodiscus Tardieu, Calypso Thouars, Johnia Roxb., Salacicratea Loes.): com cerca de 200 espécies, distribuídas pelo Paleotropis e Neotropis.
    • Salacighia Loes.: com apenas 2 espécies, distribuídas pelas regiões tropicais da África.
    • Thyrsosalacia Loes.: com 4 espécies, nativas das regiões tropicais da África.
    • Tontelea Miers: com cerca de 17 espécies, nativas da América Central e do Sul.
  • Subfamília Stackhousioideae (sin.: Stackhousiaceae): agrupa apenas 3 géneros com cerca de 20 espécies, quase todas da Austrália:[28]
    • Macgregoria F.Muell.: com apenas uma espécie:
      • Macgregoria racemigera F.Muell.: nativa das regiões áridas da Austrália.
    • Stackhousia Sm.: as 14 a 19 espécies ocorrem principalmente na Austrália, uma atinge a Malésia e a Micronésia; uma espécie é nativa das montanhas da Nova Zelândia.
    • Tripterococcus Endl.: com apenas 2 espécies, nativas apenas do sudoeste da província de Western Australia.
  • Em incertae sedis, sem estar atribuída a qualquer subfamília (provavelmente parte da subfamília Pottingerioideae Airy Shaw):
    • Pottingeria Prain (o posicionamento deste géneros no sistema de classificação não é consensual, havendo quem proponha a sua colocação numa família autónoma, as Pottingeriaceae, embora seja crescentemente claro que ocupa uma posição basal nas Celastraceae): com apenas uma espécie:
      • Pottingeria acuminata Prain: nativa do Sueste da Ásia (do Assam até à Tailândia).

Ocorrência no Brasil

No Brasil ocorrem 19 géneros e cerca de 130 espécies. No território brasileiro, um género bastante marcante é o Maytenus, com espécies arbustivas ou arbóreas, conhecidas pelos nomes populares erva-de-lagarto[29], espinheira-santa[6] e pau-mondé.

Referências

  1. Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III». Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x 
  2. PlantaBio: Celastraceae.
  3. Delta: Brexiaceae.
  4. Delta: Plagiopteraceae.
  5. Christenhusz, M. J. M.; Byng, J. W. (2016). «The number of known plants species in the world and its annual increase». Phytotaxa. 261 (3): 201–217. doi:10.11646/phytotaxa.261.3.1 
  6. a b c d e f Souza, Vinícios Castro; Lorenzi, Harri (2012). Botânica Sistemática: Guia Ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-86714-39-9 
  7. «Celastraceae». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden: Flora de Nicaragua. Consultado em 17 de fevereiro de 2010 
  8. a b «Coloração do arilo» 
  9. Khat Timeline.
  10. Drugs.com (1 de janeiro de 2007). «Complete Khat Info»  (em inglês)
  11. «Adverse Effects of Khat: A Review»  (em inglês)
  12. Espinheira-santa.
  13. Simmons, Mark P.; Savolainen, Vincent; Clevinger, Curtis C.; Archer, Robert H.; Davis, Jerrold I. (2001). «Phylogeny of Celastraceae Inferred from 26S Nuclear Ribosomal DNA, Phytochrome B, rbcL, atpB, and Morphology». Molecular Phylogenetics and Evolution. 19 (3): 353–366. PMID 11399146. doi:10.1006/mpev.2001.0937 
  14. Li-Bing, Zhang; Simmons, Mark P. (2006). «Phylogeny and Delimitation of the Celastrales Inferred from Nuclear and Plastid Genes». Systematic Botany. 31 (1): 122–137. doi:10.1600/036364406775971778 
  15. a b Mark P. Simmons; Jennifer J. Cappa; Robert H. Archer; Andrew J. Ford; Dedra Eichstedt; Curtis C. Clevinger (2008). «Phylogeny of the Celastreae (Celastraceae) and the relationships of Catha edulis (qat) inferred from morphological characters and nuclear and plastid genes». Molecular Phylogenetics and Evolution. 48 (2): 745–757. PMID 18550389. doi:10.1016/j.ympev.2008.04.039 
  16. USDA, ARS, National Genetic Resources Program. Germplasm Resources Information Network - (GRIN) [Online Database]. National Germplasm Resources Laboratory, Beltsville, Maryland. URL: «Copia archivada». Consultado em 16 de abril de 2009. Cópia arquivada em 6 de maio de 2009  (31 October 2013)
  17. «The Plant List: A work list of all plant species» 
  18. «Celastraceae». Agricultural Research Service (ARS), United States Department of Agriculture (USDA). Germplasm Resources Information Network (GRIN) 
  19. M.P. Simmons: Celastraceae. In: Klaus Kubitzki (Hrsg.): The Families and Genera of Vascular Plants- Volume VI: Flowering Plants - Dicotyledons - Celastrales, Oxalidales, Rosales, Cornales, Ericales. 2004, S. 29–64.
  20. David John Mabberley: Mabberley’s Plant-Book. A portable dictionary of plants, their classification and uses. 3. ed. Cambridge University Press 2008. ISBN 978-0-521-82071-4
  21. a b Melissa B. Islam, Mark P. Simmons & Robert H. Archer: Phylogeny of the Elaeodendron Group (Celastraceae) Inferred from Morphological Characters and Nuclear and Plastid Genes. In: Systematic Botany, Volume 31, Issue 3, 2006, S. 512–524. (JSTOR 25064181)
  22. a b c d e f g h i j Jin-shuang Ma, Zhixiang Zhang, Liu Quanru, Hua Peng, Michele Funston: Celastraceae, S. 439 - textgleich online wie gedrucktes Werk, In: Wu Zheng-yi, Peter H. Raven, Deyuan Hong (Hrsg.): Flora of China. Volume 11: Oxalidaceae through Aceraceae. Science Press und Missouri Botanical Garden Press, Beijing und St. Louis, 2008, ISBN 978-1-930723-73-3.
  23. a b c A Catalogue of the Vascular Plants of Madagascar.
  24. Eintrag in der Western Australian Flora.
  25. a b Busca por Celastraceae na Lista Vermelha das espécies ameaçadas da IUCN.
  26. J. M. Coughenour, M. P. Simmons, J. A. Lombardi, K. Yakobson & R. H. Archer: Phylogeny of Celastraceae subfamily Hippocrateoideae inferred from morphological characters and nuclear and plastid loci. In: Molecular Phylogenetics and Evolution, Volume 59, Issue 2, 2011, pp. 320–230. doi:10.1016/j.ympev.2011.02.017
  27. Jennifer M. Coughenour, Mark P. Simmons, Julio A. Lombardi & Jennifer J. Cappa: Phylogeny of Celastraceae Subfamily Salacioideae and Tribe Lophopetaleae Inferred from Morphological Characters and Nuclear and Plastid Genes. In: Systematic Botany, Volume 35, Issue 2, 2010, S. 358–367. doi:10.1600/036364410791638289
  28. W. R. Barker: Flora of Australia.
  29. Joly, Aylthon Brandão (1979). Botânica: Introdução à taxonomia vegetal 5 ed. [S.l.: s.n.] 

Galeria

  • Flor de Euonymus verrucosa.
    Flor de Euonymus verrucosa.
  • Flores e folhas de Euonymus europaeus.
    Flores e folhas de Euonymus europaeus.
  • Euonymus alatus.
    Euonymus alatus.
  • Parnassia palustris.
    Parnassia palustris.
  • Inflorescência de Arnicratea grahamii.
    Inflorescência de Arnicratea grahamii.
  • Reissantia indica.
    Reissantia indica.
  • Prionostemma aspera.
    Prionostemma aspera.
  • Cuervea kappleriana.
    Cuervea kappleriana.

Bibliografia

  • Fl. Guat. 24(6): 201–218. 1949; Fl. Pan. 62: 45–56. 1975; B.E. Hammel. Three new species of Celastraceae from Costa Rica, one disjunct from Mexico. Novon 7: 147–155. 1997.
  • M. P. Simmons, M. J. McKenna, C. D. Bacon, K. Yakobson, J. J. Cappa, R. H. Archer, A. J. Ford: Phylogeny of Celastraceae tribe Euonymeae inferred from morphological characters and nuclear and plastid genes. In: Molecular Phylogenetics and Evolution. Volume 62, Issue 1, 2012, S. 9–20. doi:10.1016/j.ympev.2011.08.022
  • Mark P. Simmons 1 and Jennifer J. Cappa: Wilczekra, a New Genus of Celastraceae for a Disjunct Lineage of Euonymus. In: Systematic Botany. Volume 38, Issue 1, 2013, S. 148–153. doi:10.1600/036364413X661881
  • Mark P. Simmons, Christine D. Bacon, Jennifer J. Cappa & Miles J. McKenna: Phylogeny of Celastraceae Subfamilies Cassinoideae and Tripterygioideae Inferred from Morphological Characters and Nuclear and Plastid Loci. In: Systematic Botany. Volume 37, Issue 2, 2012, S. 456–467. doi:10.1600/036364412X635502
  • Miles J. McKenna, Mark P. Simmons, Christine D. Bacon & Julio A. Lombardi: Delimitation of the Segregate Genera of Maytenus s. l. (Celastraceae) Based on Morphological and Molecular Characters. In: Systematic Botany. Volume 36, Issue 4, 2011, S. 922–932. doi:10.1600/036364411X604930
  • Die Familie der Celastraceae. bei der APWebsite. (Abschnitte Beschreibung und Systematik)
  • Die Familien der Celastraceae. Parnassiaceae. und Siphonodontaceae. bei DELTA von L. Watson & M. J. Dallwitz. (Abschnitt Beschreibung)
  • Eintrag in der Western Australian Flora. (Abschnitt Beschreibung)
  • Jin-shuang Ma, Zhixiang Zhang, Liu Quanru, Hua Peng, Michele Funston: Celastraceae, S. 439 - textgleich online wie gedrucktes Werk, In: Wu Zheng-yi, Peter H. Raven, Deyuan Hong (Hrsg.): Flora of China. Volume 11: Oxalidaceae through Aceraceae. Science Press und Missouri Botanical Garden Press, Beijing und St. Louis, 2008, ISBN 978-1-930723-73-3. (Beschreibung und Bestimmungsschlüssel der chinesischen Taxa mit Verbreitung)
  • Mohammad Amin Siddiqi: Celastraceae. in der Flora of Pakistan: Beschreibung - Online. (Abschnitt Beschreibung)
  • Li-Bing Zhangab, Mark P. Simmons: Phylogeny and Delimitation of the Celastrales Inferred from Nuclear and Plastid Genes. In: Systematic Botany. 31, Issue 1, 2006, S. 122–137. doi:10.1600/036364406775971778
  • David John Mabberley: Mabberley’s Plant-Book. A portable dictionary of plants, their classification and uses. 3. ed. Cambridge University Press 2008. ISBN 978-0-521-82071-4

Ver também

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Celastraceae
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Celastraceae
  • (em inglês) Informação sobre Celastrales - Angiosperm Phylogeny Website
  • (em inglês) Imagens e descrição de famílias de angiospérmicas - segundo sistema Cronquist
  • University of Maryland: Cronquist Family Synonymy for Celastraceae
  • Einträge zu Celastraceae bei Plants For A Future
  • Beschreibung der Familie vom Botanischen Garten Tübingen. (deutsch)
Identificadores taxonómicos