Desordens do espectro alcoólico fetal

Desordens do espectro alcoólico fetal
Desordens do espectro alcoólico fetal
Bebê com síndrome alcoólica fetal
Especialidade genética médica, neurologia
Classificação e recursos externos
CID-10 Q86.0
CID-9 760.71
DiseasesDB 32957
MedlinePlus 000911
eMedicine ped/767
MeSH D005310
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

As desordens do espectro alcoólico fetal são um grupo de condições que podem ocorrer numa pessoa cuja mãe tenha consumido álcool durante a gravidez.[1][2] Entre os problemas que ocorrem estão anomalias estruturais, comportamentais e neurocognitivas, déficit intelectual e de crescimento, baixo peso ao nascer, microcefalia e perda de audição ou visão.[2][3] Indivíduos afetados tem geralmente maior propensão a dificuldades de aprendizado e experiências escolares problemáticas, conflitos com a lei, comportamento sexual inadequado e problemas com o álcool ou outras drogas.[2][4] O mais grave destes distúrbios denomina-se síndrome alcoólica fetal.[1][5] Entre outros tipos estão a síndrome alcoólica fetal parcial, encefalopatia alcoólica e as desordens neurocomportamentais da exposição ao álcool.[1][6]

Levantamentos feitos nos Estados Unidos detectaram que cerca de 10% das mulheres grávidas consomem álcool no último mês de gestação e que 20% a 30% consumiram em algum momento da gravidez.[7] Cerca de 4,7% das gestantes norte-americanas são alcoólatras.[8] O risco de complicações depende da quantidade de álcool consumida, a frequência de consumo e em que momento da gestação ele ocorre. Outros fatores de risco podem incluir idade avançada, tabagismo e má alimentação.[7] O consumo de pequenas doses de álcool neste período também é deletério e, embora não cause anomalias faciais, pode causar problemas de comportamento, pois a substância atravessa a barreira hematoencefálica e afeta direta e indiretamente o desenvolvimento do feto.[8][9] O diagnóstico é baseado em sinais e sintomas.[1]

A condição dos indivíduos afetados é permanente, mas o tratamento de suporte pode melhorar os sintomas, visando promover melhor adaptação do sujeito ao seu meio, levando em conta suas dificuldades específicas, prevenção e abordagem de consequências relacionadas ao quadro.[1][10] Terapia medicamentosa também pode ser utilizada em casos específicos.[11]

Estima-se que as desordens do espectro alcoólico fetal afetem entre 2% e 5% de pessoas nos Estados Unidos (0,2 a 9 afetados por 1000 nascidos vivos) e na Europa Ocidental.[12] Na África do Sul, algumas populações chegam a ter taxas de prevalência de até 9%.[6] O termo "síndrome alcoólica fetal" foi utilizado pela primeira vez em 1973.[6]

Referências

  1. a b c d e «Facts about FASDs». Centers for Disease Control and Prevention (em inglês). Division of Birth Defects and Developmental Disabilities - U.S. Department of Health and Human Services. 2015. Consultado em 28 de Agosto de 2016 
  2. a b c Coriale et al 2013, p. 359-369.
  3. Lamônica et al 2010, p. 129-133.
  4. Momino et al 2008, p. S76-S79.
  5. «Síndrome Alcoólica Fetal». Álcool e Drogas sem Distorção. NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein. 2009. Consultado em 28 de Agosto de 2016. Arquivado do original em 14 de setembro de 2016 
  6. a b c Riley et al 2011, p. 73-80.
  7. a b «Fetal Alcohol Exposure». National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (em inglês). U.S. Department of Health and Human Services - National Institutes of Health. 2015. Consultado em 28 de Agosto de 2016 
  8. a b McHugh et al 2014, p. 177-189.
  9. Uban et al 2011, p. 73-75.
  10. Lima, M.G.A.; Palhares, H.M. (19 de abril de 2016). «Sobre a Síndrome Alcoólica Fetal - Consulta nº 17.791/16». Pareceres. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Consultado em 28 de Agosto de 2016  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  11. Roszel 2015, p. 24-33.
  12. «Prevalence of FASDs». Centers for Disease Control and Prevention (em inglês). Division of Birth Defects and Developmental Disabilities - U.S. Department of Health and Human Services. 2016. Consultado em 28 de Agosto de 2016 

Bibliografia

  • Coriale, G.; Fiorentino, D.; Di Lauro, F.; Marchitelli, R.; Scalese, B.; Fiore, M.; Maviglia, M.; Ceccanti, M (2013). «Fetal Alcohol Spectrum Disorder (FASD): neurobehavioral profile, indications for diagnosis and treatment» (PDF). Rivista di Psichiatria (em inglês). 48 (5): 359-369. ISSN 2038-2502. Consultado em 28 de agosto de 2016  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  • Lamônica, D.A.C.; Gejão, M.G.; Aguiar, S.N.R.; Silva, G.K.; Lopes, A.C.; Richieri-Costa, A (2010). «Desordens do espectro alcoólico fetal e habilidades de comunicação: relato de caso familiar» (PDF). Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 15 (1): 129-133. ISSN 1982-0232. Consultado em 28 de agosto de 2016  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  • McHugh, R.K.; Wigderson, S.; Greenfield, S.F (junho de 2014). «Epidemiology of Substance Use in Reproductive-Age Women». Obstetrics and Gynecology Clinics of North America (em inglês). 41 (2): 177-189. ISSN 0889-8545. Consultado em 28 de agosto de 2016  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  • Momino, W.; Sanseverino, M.T.V.; Schüler-Faccini, L (agosto de 2008). «A exposição pré–natal ao álcool como fator de risco para comportamentos disfuncionais: o papel do pediatra» (PDF). Jornal de Pediatria. 84 (4): S76-S79. ISSN 1678-4782. Consultado em 28 de agosto de 2016  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  • Riley, E.P.; Infante, M.A.; Warren, K.R (abril de 2011). «Fetal Alcohol Spectrum Disorders: An Overview». Neuropsychology Review (em inglês). 21 (2): 73-80. ISSN 1573-6660. Consultado em 28 de agosto de 2016  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  • Roszel, E.L. (abril de 2015). «Central nervous system deficits in fetal alcohol spectrum disorder». The Nurse Practitioner (em inglês). 40 (4): 24-33. ISSN 0361-1817. Consultado em 28 de agosto de 2016 
  • Uban, K.A.; Bodnar, T.; Butts, K.; Sliwowska, J.H.; Comeau, W.; Weinberg, J. (2014). «Capítulo 5: Direct and indirect mechanisms of alcohol teratogenesis: implications for understanding alterations in brain and behavior in FASD». In: Riley, E.P.; Clarren, S.; Weinberg, J.; Jonsson, E. Fetal Alcohol Spectrum Disorder: Management and Policy Perspectives of FASD (em inglês) 1ª ed. Weinheim: Wiley-Blackwell. pp. 73–75. ISBN 978-3-527-32839-0. Consultado em 28 de agosto de 2016 
  • Portal da medicina
Controle de autoridade
  • Wd: Q17002116
  • EBID: ID
  • JSTOR: fetal-alcohol-syndrome
Identificadores