Estação Ferroviária de Chaves

Chaves
Antigo edifício da estação de Chaves, em 2012
Antigo edifício da estação de Chaves, em 2012
Linha(s): Linha do Corgo (PK 96,167)
Coordenadas: 41° 44′ 44,89″ N, 7° 28′ 09,43″ O
Município: Chaves
Inauguração: Julho de 1922
Encerramento: 2 de Janeiro de 1990

A Estação Ferroviária de Chaves é uma interface encerrada da Linha do Corgo, que servia a localidade de Chaves, no Distrito de Vila Real, em Portugal.

Plano da Rede ao Norte do Mondego, decretado em 1900. Uma da linhas planeadas era a do Corgo, da Régua até à fronteira, passando por Vidago e Chaves.

História

Ver artigo principal: História da Linha do Corgo

Antecedentes, planeamento e inauguração

Na transição para o século XX, a vila de Chaves ainda tinha graves problemas de comunicações, sendo servida apenas pelas estradas reais, onde circulava a mala-posta.[1]

Em 24 de Maio de 1902, foram publicadas as bases para o concurso da construção da Linha do Corgo, que foi dividida em vários lanços, sendo o quarto de Vidago a Chaves, e que o troço seguinte seria a partir deste ponto até à fronteira.[2] Um dos principais motivos para fazer chegar o caminho de ferro até Chaves era a existência de uma estância termal nesta vila.[3] Em 27 de Dezembro de 1904, foi noticiado que o troço da Régua a Chaves tinha sido dotado de 400 contos de Réis por influência do deputado Eduardo José Coelho, e que as obras iriam começar em breve.[1] Assim, o caminho de ferro chegou a Vila Real em 1906, a Vidago em 1910, e finalmente a Fonte Nova em 28 de Agosto de 1921, onde foi instalada a estação provisória para servir a localidade de Chaves.[1] A estação definitiva de Chaves só foi instalada durante as festas da Vila de Chaves, entre 8 e 9 de Julho de 1922.[4]

Antigo edifício da estação de Chaves, em 2016

Primeiros anos

Em 11 de Julho de 1926, deu-se uma tentativa de golpe a partir de Chaves, contra o regime instaurado pela Revolução de 28 de Maio de 1926, tendo as comunicações rodoviárias e ferroviárias de Chaves ficado sob uma apertada vigilância militar.[5] Em 1928, a Linha do Corgo passou a ser explorada pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro.[6][7]

A ligação entre Chaves e Espanha, mais especificamente até à região de Verín, foi novamente referida em 1 de Abril de 1929, no relatório de uma comissão formada para estudar a revisão dos planos ferroviários portugueses.[8]

Em 1934, a Companhia Nacional instalou um dormitório para o pessoal de trem e de máquinas nesta estação.[9]

Décadas de 1980 e 1990

Na primeira metade da década de 1980, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses iniciou um programa de aproveitamento das cocheiras para a criação de núcleos museológicos, incluindo na estação de Chaves.[10]

O lanço entre Chaves e Vila Real foi encerrado em 2 de Janeiro de 1990 pela operadora Caminhos de Ferro Portugueses, como parte de um programa de reconversão e modernização daquela empresa, tendo os comboios sido inicialmente substituídos por veículos rodoviários.[11]

Ver também

Referências

  1. a b c MACHADO, 2000:360
  2. «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (348). 16 de Junho de 1902. p. 181-182. Consultado em 30 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  3. «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1159). 1 de Abril de 1936. p. 200-201. Consultado em 30 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  4. MACHADO, 2000:409
  5. MACHADO, 2000:411
  6. TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 30 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  7. REIS et al, 2006:62
  8. SOUSA, José Fernando de (16 de Março de 1936). «Ligações ferroviárias com a Espanha: A Linha de Zafra a Villa Nueva» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1158). p. 165-167. Consultado em 30 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  9. «O que se fez nos caminhos de ferro em Portugal, em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1129). 1 de Janeiro de 1935. p. 27-29. Consultado em 30 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  10. MARTINS, 1996:47
  11. «CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 28 de Novembro de 2020 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre a estação de Chaves

Bibliografia

  • MACHADO, Júlio (2000). Crónica da Vila Velha de Chaves. Chaves: Câmara Municipal de Chaves. 448 páginas 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)

Ligações externas

  • «Página sobre a estação de Chaves, no sítio electrónico Wikimapia» 
  • «Fotografia da Estação de Chaves, no sítio electrónico Transportes XXI» 
  • Estação Ferroviária de Chaves na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural


  • v
  • d
  • e
Concursos das Estações Floridas
Ano Prémio
1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º
1941 Castêlo da Maia Luso-Buçaco Alcântara-Mar
1942 Castêlo da Maia Portimão Carcavelos
1943 Rio Tinto Fornos de Algodres Olhão
1944 Darque Olhão Pero Negro
1945 Leça do Balio Caminha Afife
1946 Runa Pinhal Novo Leixões
1947 Runa Fornos de Algodres Caminha
1948 Caminha Fornos de Algodres Castelo de Vide
1950 Runa Olhão Caminha
1951 Valado Runa Cête Leixões Olhão Caminha
1952 Leixões Valado Runa Olhão Cête Afife
1953 Olhão Caminha Valado Runa Rio Tinto Leixões
1954 Leixões S. Mamede de Infesta Valado Rio Tinto Runa Olhão
1955 Valado Leixões Barroselas Olhão Fornos de Algodres Luso-Buçaco
1956 Valado Leixões Cête Paçô Vieira Olhão Paredes
1957 Luso-Buçaco Valado Paçô Vieira Fronteira Fornos de Algodres Contumil
1958 Caminha Leixões Olhão Valado Luso-Buçaco Fronteira
1959 Fronteira Fornos de Algodres Contumil Luso-Buçaco Valado Olhão
1960 Elvas Barcelos Macinhata Covas Olhão Canedo
1961 S. João da Madeira S. Mamede de Infesta Valença Porto-Trindade Chaves Celorico de Basto