João Filopono

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João Filopono
Nascimento 490
Alexandria
Morte 570
Alexandria
Cidadania Império Bizantino
Ocupação filósofo, teólogo, matemático, físico, escritor, astrônomo, gramático
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João Filopono de Alexandria (em latim: Joannes Philoponus; c. 490 – 570[1]) foi um filósofo neoplatônico cristão bizantino e patrístico grego que fez parte da Biblioteca de Alexandria, no período conhecido como "pós-nissênico" da Escola Neoplatônica de Alexandria, no Egito. Nascido por volta de 490, foi aluno e professor na Academia de Alexandria, considerado o mais importante físico de sua época por suas obras baseadas na física de Aristóteles e suas pesquisas sobre o "impetus", sobre o astrolábio, sugeriu o princípio da inércia e afirmou que um corpo em queda livre não desenvolve velocidade proporcional ao seu peso. Foi também professor de gramática, pelo que ficou conhecido como João, o Gramático, (Joannes Grammaticus), mas ficou mais conhecido por rejeitar diversas das teorias físicas defendidas por Aristóteles, uma exceção para os neoplatônicos da época. Teve forte influência sobre os filósofos e cientistas muçulmanos de sua época, como Alfarábi, Hunaine ibne Ixaque, e outros. No final de sua vida, converteu-se ao cristianismo. Tornou-se mais influente após sua morte e, traduzido no século XIII para o latim, influenciou o pensamento de Tomás de Aquino. Faleceu por volta de 570 em Alexandria.

Obras

Escreveu diversas obras em grego que ficaram conhecidas por suas várias traduções do latim e algumas traduzidas do árabe, como:

  • De opificio mundi (sobre o astrolábio);
  • De aeternitate mundi contra Proclum;
  • In cathegoria;
  • In Analítica priora;
  • In Analitica posteriora;
  • In primos quatuor Aristotelis de naturali auscultatione;
  • In librum primum Metereorum;
  • In libros tres De anima;
  • In libros duos De Generatione et interitu;
  • In libros XIV Metaphysicorum; e 
  • In Physicorum libros (comentários à Física de Aristóteles).

Comentários à física e cosmologia de Aristóteles

Embora de espírito platônico, dedicou-se mais a Aristóteles que os demais cristãos de sua época. Filopono é considerado o maior crítico de sua época das ideias aristotélicas, basicamente às leis aristotélicas do movimento e a impossibilidade do infinito, da eternidade e do vazio.

Seu trabalho científico considerado mais importante foi uma crítica em relação à doutrina aristotélica da "antiperistasis", isto é, a noção de que no movimento de um projétil o ar a sua frente passa para trás e empurra o projétil para frente. Utilizou argumentos teóricos e experimentais para concluir que o meio só pode resistir ao movimento, nunca sustentá-lo. E enunciou que seria preciso admitir que alguma força motora incorpórea que era conferida pelo lançador ao projétil. E concluiu que tal movimento perduraria no vazio.

Com relação à queda dos corpos no ar, verificou experimentalmente que os tempos de queda não são proporcionais aos pesos, conforme anunciara Aristóteles, mas que são praticamente iguais. Atacou também a separação entre o mundo sublunar e o lunar.[2]

Outros trabalhos

Como filósofo foi discípulo de Hamônio Hérmias. Fez a distinção entre o Criador e toda sua criação, mostrando que a visão do céu não era divina. Estes argumentos foram fundamentais para o futuro desenvolvimento da cosmologia.

Seu tratado sobre o astrolábio, De opificio mundi, tornou-se um clássico onde ficou evidente toda sua grande sapiência matemática, notadamente no comentário sobre a obra de Nicômaco de Gérasa.

Referências

  1. Károly Simonyi. A Cultural History of Physics. CRC Press; 2012. ISBN 978-1-56881-329-5. p. 612.
  2. Évora, Fátima (2012), «Filopono de Alexandria e a controvérsia acerca da eternidade do mundo», in: Levy, L.; Zingano, M.; Pereira, L. C., Metafísica, Lógica e outras coisas mais, Rio de Janeiro 


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