Movimento Patriótico Popular

Movimento Patriótico Popular
Isänmaallinen kansanliike
Fundadores Herman Gummerus
Vilho Annala
Erkki Räikkönen
Fundação 5 de junho de 1932
Dissolução 23 de setembro de 1944
Sede Helsinque
Espectro político direita a extrema-direita
Antecessor Movimento de Lapua
País Finlândia
sigla IKL

O Movimento Patriótico Popular (em finlandês: Isänmaallinen kansanliike, IKL) foi um movimento nacionalista e anticomunista fundado em 5 de junho de 1932.[1] Foi considerado como uma continuação do Movimento de Lapua, proscrito após uma tentativa malsucedida de golpe; contudo, diferente de seu antecessor, aderiu aos procedimentos legais e parlamentares.[2]

Formação

O IKL foi fundado em uma conferência realizada no dia 5 de junho de 1932, tendo sido considerado como o sucessor do Movimento de Lapua.[3] Os três principais membros fundadores foram Herman Gummerus, Vilho Annala e Erkki Räikkönen.[4] Na ocasião, o líder do Lapua, Vihtori Kosola, encontrava-se detido por sua participação na Rebelião de Mäntsälä. Por conseguinte, a liderança do movimento foi oficialmente mantida em reserva para que Kosola e outros líderes rebeldes participassem simbolicamente da formação.[3]

Estrutura e posicionamentos

O IKL se autodenominava a "consciência moral-cristã" do parlamento e ficou conhecido por endossar uma agressiva política contra a União Soviética e a língua sueca.[3] O partido, que era nacionalista e anticomunista, tinha como um dos principais objetivos a criação de uma Grande Finlândia.[5] Entretanto, uma ideologia mais extremista também estava presente e era encabeçada por Salmiala.[6]

O uniforme do IKL, inspirado nos fascistas italianos, era composto por uma camisa preta e uma gravata azul.[3] Os membros também tinha como tradição se cumprimentarem com uma saudação romana.[7] O partido era financiado principalmente por fazendeiros, funcionários públicos, integrantes do clero luterano e estudantes universitários.[8]

Conflitos políticos

Nas eleições parlamentares de 1933, o IKL compôs uma frente com a Coligação Nacional e obteve 14 assentos de 200.[9] No entanto, após o colapso, Juho Kusti Paasikivi foi eleito presidente da Coligação. Ele então promoveu uma série de mudanças que romperam com o interesse mútuo dos partidos e enfraqueceram os principais adeptos do IKL.[10]

O partido também se tornou um dos principais alvos de escrutínio do governo e ficou sujeito a duas leis destinadas a impedir seu progresso. Em 1934, foi aprovada uma lei permitindo a supressão da propaganda que desrespeitava o governo ou a constituição da época. No ano seguinte, foi proibido o uso de uniformes para fins políticos e também de organizações uniformizadas privadas, o que impactou significativamente a Sinimustat, uma organização militar de jovens mantida pelo partido.[10]

Na eleição seguinte, o partido manteve o número de assentos, mas foi enfraquecido pela significativa vitória da coligação social-democrata-agrária, liderada por Aimo Kaarlo Cajander.[10] Já o governo de Toivo Mikael Kivimäki concentrou esforços malsucedidos para acabar com o IKL.[11] De todo modo, nunca se recuperou dos impactos causados pela próspera gestão de Cajander.[12]

Últimos anos

A Guerra de Inverno e o Tratado de Paz de Moscou foram considerados pelo IKL como evidências definitivas do fracasso da política externa do parlamento. Por causa desses eventos, o partido conseguiu esboçar uma curta recuperação. Em 23 de setembro de 1944, foi encerrado por exigência da União Soviética.[13]

Referências

  1. Mickelsson 2007, p. 107; Woolf 2017, p. 215.
  2. Brandalise 2021; Halonen 2019.
  3. a b c d Woolf 2017, p. 215.
  4. Rees 1990, p. 1.
  5. Carsten 1982, pp. 68-169.
  6. Rees 1990, p. 342.
  7. Edgren; Manninen & Ukkonen 1949, pp. 329-330.
  8. Carsten 1982, pp. 168-169.
  9. Woolf 2017, p. 217.
  10. a b c Woolf 2017, p. 218.
  11. Woolf 2017, p. 219.
  12. Woolf 2017, p. 220.
  13. Woolf 2017, pp. 221-222.

Bibliografia

  • Brandalise, Carla (2021). Dimensões do fascismo: a ação integralista brasileira. Curitiba: CRV. 182 páginas. ISBN 9786525104751. Naquele país, de 1929 a 1932, avulta um nacionalismo revolucionário fascistizado, o movimento LAPUA, proscrito após tentativa abortada de tomar o poder. O LAPUA reorganiza-se então no Movimento Patriótico Popular (IKL), que alcança seu maior êxito nas eleições de 1936, quando obtém 8,3% dos votos. 
  • Carsten, F.L. (1982). The Rise of Fascism. Los Angeles: University of California Press. 279 páginas. ISBN 9780520046436 
  • Edgren, Torsten; Manninen, Merja; Ukkonen, Jari (1949). Werner Söderström, ed. Suomen historian käsikirja. [S.l.: s.n.] 
  • Halonen, Jukka (18 de maio de 2019). «Ei niin rakastettu johtaja Adolf Hitler: räyhääminen ei purrut suomalaisiin» (em finlandês). Apu. Consultado em 22 de abril de 2022. Cópia arquivada em 19 de maio de 2019 
  • Mickelsson, Rauli (2007). Suomen puolueet: historia, muutos ja nykypäivä (em finlandês). [S.l.]: Vastapaino. 429 páginas. ISBN 9789517682176. Isänmaallinen kansanliike perustettiin Hämeenlinnassa 5. kesäkuuta 1932. 
  • Rees, Philip (1990). Biographical Dictionary of the Extreme Right Since 1890. Nova Iorque: Simon & Schuster. 418 páginas. ISBN 0-13-089301-3 
  • Woolf, S.J. (2017). Fascism in Europe (em inglês). [S.l.]: Routledge. 408 páginas. ISBN 9781138938465 
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