Tufão Nakri (2008)

Tufão Nakri
Tufão violento (Escala JMA)
Tufão categoria 4 (SSHWS)
imagem ilustrativa de artigo Tufão Nakri (2008)
O tufão Nakri perto de seu pico de intensidade
Formação 27 de Maio de 2008
Dissipação 3 de Junho de 2008

Ventos mais fortes sustentado 10 min.: 195 km/h (120 mph)
sustentado 1 min.: 230 km/h (145 mph)
Pressão mais baixa 930 hPa (mbar); 27.46 inHg

Fatalidades Nenhuma
Danos Nenhum
Áreas afectadas Nenhuma
Parte da Temporada de tufões no Pacífico de 2008
editar Consulte a documentação da predefinição.

O tufão Nakri (designação internacional: 0605; designação do JTWC: 06W; designação filipina: Enteng) foi um intenso tufão que esteve ativo no final de Maio e começo de Junho de 2008 no Oceano Pacífico noroeste. Nakri é o sexto ciclone tropical, quinto sistema nomeado e o quarto tufão da temporada de tufões no Pacífico de 2008, segundo o Joint Typhoon Warning Center. Segundo a Agência Meteorológica do Japão, Nakri foi o terceiro tufão da temporada. O tufão desenvolveu-se a partir de uma perturbação tropical situada sobre os Estados Federados da Micronésia em 27 de Maio e seguiu para norte-noroeste, atingindo o pico de intensidade com ventos máximos sustentados de 230 km/h dois dias depois. Logo em seguida, condições meteorológicas hostis causaram o enfraquecimento do sistema, que se tornou um ciclone extratropical em 3 de Junho.

Durante seu ciclo de vida, Nakri não causou prejuízos ou vítimas por estar em todo o seu período de existência distante da costa.

História meteorológica

O caminho de Nakri

A área de convecção que iria dar origem ao tufão Nakri foi vista pela primeira vez em 24 de Maio, a cerca de 900 quilômetros a sul-sudeste de Guam. No dia seguinte, o Joint Typhoon Warning Center começou a monitorar o sistema como uma fraca perturbação tropical. Segundo o JTWC, naquele momento apresentava pouca atividade convectiva, com algumas bandas de tempestade começando a girar em torno de um fraco centro de circulação ciclônica de baixos a altos níveis. Naquele momento o JTWC também observou que o sistema estava numa região propícia para o ciclogênese tropical, com boa divergência acima e baixo cisalhamento do vento.[1] Além disso, a temperatura da superfície do mar naquela região também favorecia a formação de ciclones tropicais. Com isso, a perturbação começou a se intensificar.[2] A Agência Meteorológica do Japão notou a instabilidade na região e classificou o sistema como uma fraca depressão tropical por volta do meio-dia (UTC) de 26 de Maio.[3] Devido às boas condições meteorológicas, a perturbação tropical continuou a se intensificar e durante a noite (UTC) daquele dia, o JTWC emitiu um alerta de formação de ciclone tropical, indicando que o sistema poderia se fortalecer para uma depressão a qualquer momento dentro de um prazo de 24 horas. Segundo o JTWC, imagens de satélite indicaram a formação de novas áreas de convecção em torno de um centro ciclônico mais bem definido. Além disso, ventos orientais começaram a surgir no lado meridional do sistema, o que indicava a intensificação do giro ciclônico. Além disso, o cisalhamento do vento continuava baixo e a perturbação apresentava boa exaustão, com bons fluxos externos radiais.[4] No começo da madrugada de 27 de Maio, a AMJ começou a emitir avisos regulares sobre o sistema como uma depressão tropical plena.[5] Apenas três horas mais tarde, com a intensificação adicional do sistema, o JTWC classificou o sistema como a depressão tropical 06W. Naquele momento, o centro da depressão tropical localizava-se a cerca de 480 km ao norte de Yap.[6] Segundo o JTWC, a perturbação tropical, que se consistia de uma forte circulação ciclônica de médios níveis associada a uma onda tropical, desceu à superfície. A recém-formada depressão seguia inicialmente para noroeste, por uma brecha entre uma alta subtropical a nordeste do sistema e outra a noroeste. Um anticiclone de altos níveis e um cavado de alta troposfera ajudavam a melhorar a exaustão de altos níveis da depressão.[7]

Às 06:00 (UTC) de 27 de Maio, a AMJ classificou a depressão como a tempestade tropical Nakri,[8] nome submetido à lista de nomes de tufões pelo Camboja e refere-se a um tipo de flor encontrado no país.[9] 3 horas depois,[10] com a consolidação do centro ciclônico de baixos níveis,[11] o JTWC fez o mesmo, classificando a depressão numa tempestade tropical assim que os ventos máximos sustentados associados ao sistema alcançaram 65 km/h. Naquele momento, o centro da tempestade localizava-se a 520 km ao norte de Yap.[10] Com a contínua intensificação do sistema, tornando-se evidente com a contínua consolidação do centro ciclônico de baixos níveis e com a formação de uma estrutura semelhante a um olho[12] a AMJ classificou Nakri como uma tempestade tropical severa.[13] Além disso, a intensificação do sistema se justificava pela melhora de sua exaustão de altos níveis com a aproximação de um cavado de médias latitudes. Nakri começo a se movimentar mais lentamente, devido às atuações conflitantes de três áreas de alta pressão próximas ao sistema; uma a leste, uma ao norte e outra mais fraca a oeste.[12] Às 15:00 (UTC) de 28 de Maio, com a intensificação adicional do sistema, o JTWC classificou Nakri como um tufão. Naquele momento, o centro do tufão localizava-se a cerca de 1.090 a sul-sudoeste de Iwo Jima, Ilhas Volcano, Japão.[14] Um olho ficou mais aparente em imagens de satélite no canal microondas. A exaustão primária do sistema de altos níveis ficou pouco afetada devido ao afastamento do cavado de médias latitudes para leste e com a ligeira intensificação de uma área de alta pressão ao norte do sistema. Com a intensificação deste sistema de alta pressão, Nakri começou a seguir para norte-noroeste.[14] 3 horas mais tarde, a AMJ também classificou Nakri como um tufão.[15] A partir da madrugada de 29 de Maio, Nakri começou a sofrer rápida intensificação assim que um olho irregular e pequeno, com 19 km de diâmetro, começou a aparecer em imagens de satélite no canal visível. Com o crescimento ocidental da alta subtropical ao seu nordeste, a exaustão setentrional do sistema ficou prejudicada. O crescimento da alta subtropical também afetou a velocidade, que se tornou quase estacionária, e o movimento de Nakri, que começou a seguir para oeste.[16] Mais tarde, o olho de Nakri ficou mais bem definido e seu diâmetro aumentou para 26 km/h,[17] assim que atingiu o pico de intensidade, com ventos máximos sustentados de 230 km/h.[18] Às 18:00 de 28 de Maio, o olho do tufão adentrou a área de responsabilidade da Administração de Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronômicos das Filipinas (PAGASA). A agência atribuiu o nome Enteng, não oficial, embora usado nas Filipinas, para designar o sistema.[19] O tufão manteve seu pico de intensidade por cerca de 18 horas devido a falta de exaustão setentrional provocada pela alta subtropical ao seu norte, pelo aumento do cisalhamento do vento e pela inconsistência da temperatura da superfície do mar.[20]

O tufão Nakri em 31 de Maio de 2008

A tendência de enfraquecimento continuou assim que Nakri começou a seguir para uma trajetória mais ao norte, seguindo pela periferia da alta subtropical. Cisalhamento do vento provocado pelas correntes periféricas de um anticiclone de escala sinótica contribuiu para o enfraquecimento do sistema.[21] No entanto, durante a madrugada de 1 de Junho, a tendência de enfraquecimento parou. Naquele momento, Nakri era um tufão mínimo, mas voltou a se intensificar lentamente devido à aproximação de outro cavado de médias latitudes, que melhorou a exaustão setentrional do sistema, apesar do cisalhamento moderado do vento e de águas mais frias.[22] Também, um anticiclone de altos níveis acima do tufão também ajudou a prevenir a intensificação do cisalhamento do vento.[23] Durante a madrugada de 2 de Junho, Nakri atingiu seu pico secundário de intensidade, com ventos máximos sustentados de 150 km/h. A intensificação se justifica pela passagem do tufão sobre uma área com águas mais quentes e pela aproximação de outra célula tropical cavada de alta troposfera ao seu sudoeste, que ajudou a melhorar ainda mais a sua exaustão.[24] Ao mesmo tempo, o tufão deixou a área de responsabilidade da PAGASA.[25]

No entanto, Nakri começou a interagir com a zona baroclínica. Com isso, o cisalhamento do vento aumentou dramaticamente e confinou as principais áreas de convecção profunda a leste do centro ciclônico. Seu olho desapareceu e o tufão começou a se enfraquecer rapidamente devido a estes fatores e também pela dramática queda da temperatura da superfície do mar assim que Nakri seguia para nordeste. Estes fatores contribuíram para o começo da transição extratropical do sistema.[26] Com isso, a AMJ desclassificou Nakri para uma tempestade tropical severa ao meio-dia (UTC) de 2 de Junho,[27] enquanto o JTWC fez o mesmo nove horas mais tarde.[28] O JTWC emitiu seu aviso final sobre Nakri durante a madrugada de 3 de Junho assim que o sistema tornou-se totalmente extratropical.[29] A AMJ também fez o mesmo e desclassificou o sistema para uma área de baixa pressão extratropical três horas mais tarde.[30] O ciclone extratropical remanescente de Nakri começou a seguir velozmente para leste assim que encontrou os ventos do oeste.

Preparativos e impactos

Não houve qualquer tipo de preparativo ou impacto associado à passagem do tufão Nakri, já que o ciclone tropical manteve-se distante da costa durante todo o seu ciclo de vida. Portanto, nenhuma estação meteorológica registrou a passagem do tufão.

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Tufão Nakri (2008)

Referências

  1. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052513-ABPW.PGTW[ligação inativa]
  2. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052600-ABPW.PGTW
  3. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Tokyo/2008052612.RJTD[ligação inativa]
  4. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052622-WTPN.PGTW
  5. http://www.webcitation.org/5Y7KbysKv
  6. «Cópia arquivada». Consultado em 27 de maio de 2008. Cópia arquivada em 27 de maio de 2008 
  7. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052703-WDPN.PGTW
  8. http://www.webcitation.org/5Y7iOgIry
  9. http://www.jma.go.jp/jma/jma-eng/jma-center/rsmc-hp-pub-eg/tyname.html
  10. a b ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052709-WTPN.PGTW
  11. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052715-WDPN.PGTW
  12. a b ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052803-WDPN.PGTW
  13. http://www.webcitation.org/5Y8t0ZjYn
  14. a b ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052815-WTPN.PGTW
  15. http://www.webcitation.org/5YA5Z3FcH
  16. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052903-WDPN.PGTW
  17. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052915-WDPN.PGTW
  18. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008052915-WTPN.PGTW
  19. «Cópia arquivada». Consultado em 29 de maio de 2008. Cópia arquivada em 29 de maio de 2008 
  20. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008053015-WDPN.PGTW
  21. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008053103-WDPN.PGTW
  22. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008060103-WDPN.PGTW
  23. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008060115-WDPN.PGTW
  24. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008060203-WDPN.PGTW
  25. «Cópia arquivada». Consultado em 2 de junho de 2008. Cópia arquivada em 2 de junho de 2008 
  26. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008060215-WDPN.PGTW
  27. http://weather.unisys.com/hurricane/archive/08060212
  28. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008060221-WTPN.PGTW
  29. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/GuamStuff/2008060303-WTPN.PGTW
  30. http://www.webcitation.org/5YIPgdzbp
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