Víbia Aurélia Sabina

Víbia Aurélia Sabina
Víbia Aurélia Sabina
Busto de Víbia Sabina.
Nascimento Sírmio, Panônia (atualmente em Sremska Mitrovica, Sérvia)
Morte antes de 217
Cônjuge Lúcio Antíscio Burro
Lúcio Aurélio Agáclito
Dinastia Nerva-antonina
Pai Marco Aurélio
Mãe Faustina, a Jovem

Víbia Aurélia Sabina (em latim: Vibia Aurelia Sabina; 170 – antes de 217), conhecida como Aurélia Sabina, foi uma nobre romana da gente Aurélia conhecida por ter sido a filha mais nova do imperador Marco Aurélio e da imperatriz-consorte Faustina, a Jovem. Ela era irmã da imperatriz-consorte Lucila, esposa do co-imperador Lúcio Vero, e do futuro imperador Cômodo. Seus avós maternos eram o imperador Antonino Pio e a imperatriz-consorte Faustina, a Maior, e os paternos eram Domícia Lucila e o pretor Marco Ânio Vero.

História

É possível que Aurélia Sabia tenha nascido em Sírmio, na Panônia, onde seus pais estavam se preparando para uma campanha militar. Seu nome é uma homenagem à imperatriz-consorte Víbia Sabina, esposa do imperador Adriano, e ao pai dela, o famoso cônsul sufecto Lúcio Víbio Sabino. Víbia era tia-avó de seus pais, pois era irmã de Rupília Faustina, avó paterna de Marco Aurélio e avó materna de Faustina, a Jovem.

Por toda sua infância, Aurélia Sabina viajou por todo o Império na companhia dos pais. Em algum momento antes da morte de Marco Aurélio, em 180, ela foi prometida em casamento ao senador africano Lúcio Antíscio Burro, oriundo de Tíbilis, uma cidade perto de Hipona na província romana da África, com quem mais tarde se casou.

Base de uma estátua dedicada a Aurélia Sabina em Eleusis, na Grécia.

Depois da morte de seu pai, Cômodo, seu irmão mais velho, ascendeu ao trono. Aurélia Sabina e Antíscio Burro se casaram em Roma e foram para Tíbilis, onde passaram a morar. Em 181, seu marido serviu como cônsul. Em 188, ele se viu envolvido juntamente com vários outros senadores numa conspiração contra Cômodo[1] e acabou sendo condenado à morte e executado.

Anos finais

Aurélia Sabina não estava envolvida e sobreviveu às perseguições do irmão sem nunca sair da África romana. Ela se casou novamente, desta vez com Lúcio Aurélio Agáclito, um liberto grego de status equestre, e com ele viveu até a morte em Tíbilis. Aparentemente os dois não tiveram filhos.

Por causa de sua relação com a família imperial, Aurélia Sabina se tornou uma proeminente cidadã romana na região. Segundo inscrições encontradas em Tíbilis, ela foi uma importante benfeitora da cidade e de seus cidadãos, que fizeram dela uma cidadã honorária. Mesmo a vizinha cidade romano-bérbere de Calama[2] foi promovida a colônia com o patrocínio de Aurélia Sabina[3].

Árvore genealógica

  • v
  • d
  • e
Árvore genealógica da Dinastia nerva-antonina
Q. Márcio Bareia SoranoQ. Márcio Bareia SuraAntônia FurnilaM. Coceio NervaSérgia PlaucilaP. Élio Adriano
Tito
(r. 79–81)
Márcia FurnilaMárciaTrajano paiNerva
(r. 96–98)
Úlpia[i]Élio Adriano Marulino
Júlia Flávia[ii]Marciana[iii]C. Salônio Matídio[iv]Trajano
(r. 98–117)
PlotinaP. Acílio AcianoP. Élio Afer[v]Paulina Maior[vi]
Lúcio Míndio
(2)
Libão Rupílio Frúgio
(3)
Matídia[vii]L. Víbio Sabino
(1)[viii]
Paulina Menor[vi]L. Júlio Urso Serviano[ix]
Matídia Menor[vii]Suetônio?[x]Sabina[iii]Adriano
[v][xi][vi] (r. 117–138)
Antínoo[xii]
Júlia Balbila?[xiii]C. Fusco Salinador IJúlia Serviana Paulina
M. Ânio Vero[xiv]Rupília Faustina[xv]Boiônia PrócilaCn. Árrio Antonino
L. Ceiônio CômodoÁpia SeveraL. Fusco Salinador
L. Cesênio PetoÁrria AntoninaÁrria Fadila[xvi]T. Aurélio Fulvo
L. Cesênio AntoninoL. Ceiônio CômodoFundânia Pláuciaignota[xvii]C. Avídio Nigrino
M. Ânio Vero[xv]Domícia Lucila[xviii]Fundânia[xix]M. Ânio Libão[xv]FAUSTINA[xvi]Antonino Pio
(r. 138–161)[xvi]
L. Élio César[xvii]Avídia Pláucia[xvii]
Cornifícia[xv]MARCO AURÉLIO
(r. 161–180)[xx]
FAUSTINA Menor[xx]C. Avídio Cássio[xxi]Aurélia Fadila[xvi]LÚCIO VERO
(r. 161–169)[xvii]
(1)
Ceiônia Fábia[xvii]Pláucio Quintílio[xxii]Q. Servílio PudenteCeiônia Pláucia[xvii]
Cornifícia Menor[xxiii]M. Petrônio SuraCÔMODO
(r. 177–192)[xx]
Fadila[xxiii]M. Ânio Vero César[xx]Ti. Cláudio Pompeiano
(2)
Lucila[xx]M. Pláucio Quintílio[xvii]Júnio Licínio BalboServília Ceiônia
Petrônio AntoninoL. Aurélio Agáclito
(2)
Aurélia Sabina[xxiii]L. Antíscio Burro
(1)
Pláucio QuintílioPláucia ServíliaC. Fúrio Sabino TimesiteuAntônia GordianaJúnio Licínio Balbo?
Fúria Sabina TranquilinaGORDIANO III
(r. 238–244)
  • (1) = 1ª esposa
  • (2) = 2ª esposa
  • (3) = 3ª esposa
  •   Vinho escuro indica um imperador da Dinastia nerva-antonina

      Vinho claro indica um herdeiro aparente da mesma dinastia que não chegou a assumir o trono

      Cinza indica um aspirante fracassado ao trono

      Roxo indica um imperador de outras dinastias
  • Linhas tracejadas indicam uma adoção; linhas pontilhadas indicam casos amorosos ou relações fora do casamento
  • Minúsculas = pessoas deificadas postumamente (augustos, augustas ou outras)
Notas:

Exceto se explicitado de outra forma, as notas abaixo indicam que o parentesco de um indivíduo em particular é exatamente o que foi indicado na árvore genealógica acima.

  1. Irmã do pai de Trajano: Giacosa (1977), p. 7.
  2. Giacosa (1977), p. 8.
  3. a b Levick (2014), p. 161.
  4. Marido de Úlpia Marciana: Levick (2014), p. 161.
  5. a b Giacosa (1977), p. 7.
  6. a b c DIR contributor (Herbert W. Benario, 2000), "Adriano".
  7. a b Giacosa (1977), p. 9.
  8. Marido de Salonina Matídia: Levick (2014), p. 161.
  9. Smith (1870), "Júlio Servianus".
  10. Suetônio seria um possível amante de Sabina: uma possível interpretação de HA, Adriano 11:3
  11. Smith (1870), "Adriano", pp. 319–322.[ligação inativa]
  12. Amante de Adriano: Lambert (1984), p. 99 e passim; deificação: Lamber (1984), pp. 2-5, etc.
  13. Júlia Bálbila seria uma possível amante de Sabina: A. R. Birley (1997), Adriano, the Restless imperador, p. 251, citado em Levick (2014), p. 30, que é cético em relação a esta hipótese.
  14. Marido de Rupília Faustina: Levick (2014), p. 163.
  15. a b c d Levick (2014), p. 163.
  16. a b c d Levick (2014), p. 162.
  17. a b c d e f g Levick (2014), p. 164.
  18. Esposa de M. Ânio Vero: Giacosa (1977), p. 10.
  19. Esposa de M. Ânio Libão: Levick (2014), p. 163.
  20. a b c d e Giacosa (1977), p. 10.
  21. Pseudo-Dião Cássio (72.22) conta que Faustina, a Velha, prometeu se casar com Avídio Cássio, uma história que também aparece na HA "Marco Aurélio" 24.
  22. Marido de Ceiônia Fábia: Levick (2014), p. 164.
  23. a b c Levick (2014), p. 117.
Referências:
  • DIR contributors (2000). «De Imperatoribus Romanis: An Online Encyclopedia of Roman Rulers and Their Families». Consultado em 14 de abril de 2015 
  • Giacosa, Giorgio (1977). Women of the Césars: Their Lives and Portraits on Coins. Translated by R. Ross Holloway. Milan: Edizioni Arte e Moneta. ISBN 0-8390-0193-2 
  • Lambert, Royston (1984). Beloved and God: The Story of Adriano and Antinous. New York: Viking. ISBN 0-670-15708-2 
  • Levick, Barbara (2014). Faustina I and II: Imperial Women of the Golden Age. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-537941-9 
  • William Smith, ed. (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. [S.l.: s.n.] 

Referências

  1. Septimius conspiracy
  2. "Guelma-Calama" Encyclopædia Britannica
  3. Vibia, Patrona of Calama

Bibliografia

  • Birley, Anthony Richard (2005). The Roman Government of Britain (em inglês). London: Oxford University Press 
  • Birley, Anthony Richard (2000). Marcus Aurelius (em inglês). London: Routledge 
  • Garzetti, Albino (1974). From Tiberius to the Antonines: a history of the Roman Empire AD 14-192 (em inglês). [S.l.: s.n.]