Golpe de Estado na República Centro-Africana em 2013

Golpe de Estado na República Centro-Africana em 2013
Data Março de 2013
Desfecho Deposição do presidente François Bozizé, que se exila nos Camarões; Michel Djotodia assume o cargo interinamente
Beligerantes
República Centro-Africana Governo da República Centro-Africana República Centro-Africana Rebeldes contrários ao presidente Bozizé
Comandantes
François Bozizé
(Presidente deposto)

O golpe de Estado na República Centro-Africana em 2013 foi uma insurreição na República Centro-Africana ocorrida durante o mês de março de 2013, que culminou com no exílio do presidente da República Centro-Africana, François Bozizé.[1]

Antecedentes

Em 2004, iniciou-se uma revolta contra o presidente François Bozizé por parte de uma aliança entre a União das Forças Democráticas para a Reunificação e outros grupos menores. Bozizé havia se declarado presidente do país no ano anterior, depois de liderar uma revolução contra o ex-presidente, Ange-Félix Patassé. A guerra civil terminou em 2007 com um tratado de paz entre os rebeldes e o governo.

Em 2012, iniciou-se uma nova revolução contra Bozizé liderada pelo grupo Séléka CPSK-CPJP-UFDR, acusando o governo de violações do acordo de paz. Em dezembro daquele ano, uma ofensiva conseguiu assumir o controle das cidades de Bamingui, Bria, Kabo, Bambari e Kaga-Bandoro. Na véspera de Natal, forças rebeldes cercaram a capital, Bangui. O governo da República Centro-Africana solicita a ajuda das forças internacionais, o que foi rejeitado por países como a França[2], embora a Comunidade Econômica dos Estados da África Central anunciasse um aumento de suas forças de manutenção da paz que permaneceriam no país até o fim da guerra civil.[3] Enquanto isso, os Estados Unidos e a Cruz Vermelha evacuaram seu pessoal instalado ali.[4]

A insurreição continuou durante janeiro e fevereiro de 2013. Foi sugerido que o Presidente Bozizé poderia formar um governo de coalizão com os rebeldes, a fim de fazer reformas à Constituição do país.[5] Em 11 de janeiro, um cessar-fogo foi estabelecido e a Assembleia Nacional da República foi dissolvida para convocar novas eleições.[6]

Golpe

Em 22 de março, os rebeldes romperam o cessar-fogo, tomando o controle das cidades de Damara e Bossangoa. Então veio um temor de que Bangui seria tomada a qualquer momento, causando pânico na população.[7] No dia 23 de Março , os rebeldes conseguem entrar na capital após violentos combates nos bairros circundantes do Palácio do Governo. No dia seguinte(24 de Março), os revolucionários conseguiram tomar o controle do complexo governamental após combates intensos entre eles e os defensores do local. Bozizé fugiu para a República Democrática do Congo e Michel Djotodia surgiu como presidente interino.[8] Finalmente com François Hollande no poder, a França decidiu enviar uma força com cerca de 2.000 soldados na chamada Operação Sangaris.[9]

Reações

  • União Africana: decide suspender a República Centro-Africana após a ruptura institucional.[10]

Ver também

  • Conflito na República Centro-Africana (2012–presente)

Referências

  1. «Presidente de República Centroafricana huye del país tras incursión rebelde»  La Tercera, 24-3-2013.
  2. «"C. Africa Army Retreat Puts Rebels One Step From Capital"»  Yahoo!! News
  3. «CAR leader appeals for help to halt rebel advance»  The Daily Star]] Beirut, 2012-12-28.
  4. «"Fresh fighting in C. African Republic as crisis grows"»  The Star (Malasia)
  5. «"Central African Republic president says ready to share power with rebels"»  Reuters.
  6. «Central African Republic ceasefire signed». BBC. 11 de janeiro de 2013 
  7. «Central African Republic rebels reach outskirts of capital». Reuters. 22 de março de 2013 
  8. «Jefe rebelde de República Centroafricana dice que mantendrá el Gobierno»  terra.cl (25-3-2013).
  9. «Blindados VBCI del Ejército francés en la República Centroafricana»  22 de agosto de 2014 - Defensa.com
  10. «La Unión Africana suspende a República Centroafricana y sanciona a los jefes rebeldes»  terra.cl (25-3-2013).
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