Golpe de Estado no Burundi em 1996

Golpe de Estado no Burundi em 1996
Data 25 de julho de 1996
Local Bujumbura, Burundi
Desfecho Golpe bem-sucedido
  • Sylvestre Ntibantunganya é deposto
  • Pierre Buyoya volta à presidência 8 anos após o golpe de 1987
Comandantes
Sylvestre Ntibantunganya Pierre Buyoya
Baixas
6.000 mortes

O Golpe de Estado no Burundi em 1996 foi um golpe militar que ocorreu no Burundi em 25 de julho de 1996. Em meio à Guerra Civil do Burundi, o ex-presidente Pierre Buyoya (um tutsi) depôs o presidente hutu Sylvestre Ntibantunganya.[1] De acordo com a Anistia Internacional, nas semanas seguintes ao golpe, mais de 6 000 pessoas foram mortas no país. Este foi o segundo golpe bem sucedido de Buyoya, tendo o primeiro derrubado Jean-Baptiste Bagaza em 1987.[1]

Antecedentes

O tutsi Pierre Buyoya chegou ao poder no Burundi após um golpe militar em setembro de 1987, quando ele depôs Jean-Baptiste Bagaza.[2] Buyoya foi presidente até a primeira eleição presidencial democrática do país em 27 de junho de 1993, que foi vencida pelo hutu Melchior Ndadaye. Em 21 de outubro, Ndadaye foi assassinado, o que provocou a Guerra Civil do Burundi entre os grupos hutus e tutsis. O hutu moderado Cyprien Ntaryamira tornou-se presidente em fevereiro de 1994, mas tanto ele como o presidente ruandês Juvénal Habyarimana foram assassinados em abril daquele ano, um evento que provocou o genocídio de Ruanda. Ntaryamira foi sucedido por um outro líder hutu, Sylvestre Ntibantunganya.

Eventos de Julho de 1996

Em 21 de julho de 1996, os rebeldes hutus atacaram um campo de refugiados no país e mataram mais de 300 pessoas.[3] Em 23 de julho, o presidente Ntibantunganya se escondeu na casa do embaixador dos Estados Unidos.[4] O exército tomou o poder em 25 de julho, em um movimento anunciado via rádio pelo ministro da Defesa, Firmin Sinzoyiheba. Pierre Buyoya foi nomeado presidente interino.[4] O golpe militar foi condenado por líderes internacionais, incluindo o presidente dos EUA, Bill Clinton, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali e o chefe da Organização de Unidade Africana, Salim Ahmed Salim.[4] Foi a quarta tomada de poder no governo do Burundi desde a independência do país em 1962, e a segunda por Buyoya.[4]

Consequências

Segundo a Anistia Internacional, nas semanas imediatamente após o golpe de Estado, mais de 6.000 pessoas foram mortas no país.[5] Buyoya foi sucedido como presidente em 2003 por Domitien Ndayizeye. A guerra civil continuou até 2005.

Referências

  1. a b Palmer, Mark (2005). Breaking the Real Axis of Evil: How to Oust the World's Last Dictators by 2025. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 221. ISBN 0-7425-3255-0 
  2. Europa World Year, Book 1. [S.l.]: Taylor & Francis. 2004. 946 páginas. ISBN 1-85743-254-1 
  3. Reuters (22 de Julho de 1996), «300 Slain in Attack on Camp For Refugees in Burundi Strife», The New York Times Company, The New York Times, consultado em 6 de Junho de 2010 
  4. a b c d Buckley, Stephen (26 de Julho de 1996), «Army Seizes Power in Burundi; Ex-Ruler Replaces Leader Hiding in U.S. Envoy's Home», The Washington Post Company, The Washington Post, consultado em 6 de Junho de 2010 
  5. «6,000 Reported Killed In Burundi Coup», The New York Times Company, The New York Times, 23 de Agosto de 1996, consultado em 5 de Junho de 2010 
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