Soldados da borracha

Soldados da borracha
Soldados da borracha
A emenda 78 em que o Congresso nacional do Brasil oficializa indenizar os soldados da borracha.
Local:  Brasil
Contexto: Segunda Guerra Mundial
Período: 1943-1945
Número de soldados: 50 000 - 65 000
Número de vítimas: 23 000 - 45 000[1][2]

Os soldados da borracha foram os brasileiros que entre 1943 e 1945 foram alistados e transportados para a Amazônia pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), com o objetivo de extrair borracha para os Estados Unidos da América (Acordos de Washington) na II Guerra Mundial.[3]

Estes foram os peões do segundo ciclo da borracha e da expansão demográfica da Amazônia. O contingente de soldados da borracha é calculado em mais de 55 mil, sendo na grande maioria nordestinos.[3]

Os soldados da borracha, depois de alistados, examinados e dados como habilitados nos alojamentos em Fortaleza (Prado e Alagadiço), recebiam um kit básico de trabalho na mata, que constitui-se de: uma calça de mescla azul, uma camisa branca de morim, um chapéu de palha, um par de alpercatas, uma mochila, um prato fundo, um talher (colher-garfo), uma caneca de folha de flandes, uma rede, e um maço de cigarros Colomy. O ponto de partida para muitos deles foi a Ponte Metálica (porto de Fortaleza naquela época).[carece de fontes?]

Só na Amazônia estes receberam o treinamento para a extração da borracha.

As falsas promessas

Foi prometido aos soldados da borracha que, após a guerra, estes retornariam à terra de origem. Na prática, a maioria deles morreu de doenças como malária ou por influência de atrocidades da selva. Os sobreviventes ficaram na Amazônia por não terem dinheiro para pagar a viagem de volta, ou porque estavam endividados com os seringalistas (donos de seringais).[4]

Ao contrário dos Pracinhas, estes só foram reconhecidos como combatentes da 2ª Guerra Mundial em 1988, e apenas com este reconhecimento tiveram direito a uma pensão vitalícia no valor de dois salários mínimos. Tempos depois, os soldados que sobreviveram receberam uma pensão pelo serviço prestado. Os jovens obrigados a alistar-se no exército tinham duas opções: irem para amazônia ou para a Itália na guerra, e escolhiam a opção de ir para a extração da borracha.[carece de fontes?]

Em 2013, a PEC 346 da Câmara dos Deputados é encaminhada ao Senado Federal do Brasil e transformada em Emenda Constitucional. Em 2014, o Congresso Nacional aprova a concessão de indenização no valor de vinte e cinco mil reais, parcela única, aos soldados sobreviventes e modifica a base de cálculo do reajuste da pensão vitalícia para seus dependentes, de um e meio para dois salários mínimos mensais.[5]

Borracha para a vitória

Ver artigo principal: Soldados da Borracha (documentário)

Em 2004, o cineasta Wolney Oliveira realizou um documentário resgatando a história dos milhares de brasileiros nordestinos recrutados para trabalhar nos seringais amazônicos.[6]

Ver também

Referências

  1. Lima, Rubem de Azevedo (26 de junho de 1988). «"Exército da borracha" virou genocídio de 45 mil» (PDF). Biblioteca Digital do Senado Federal. Jornal de Brasília (4759): 6. Consultado em 23 de setembro de 2022 
  2. Túlio, Demitri. «Soldados da borracha - Lembranças do seringal». O Povo. Consultado em 9 de novembro de 2023 
  3. a b Revista Época — "Exército da borracha Entre a seca e o front, 55 mil nordestinos cederam ao apelo de Getúlio e foram para a Amazônia em 1942. Lá foram deixados."
  4. «Soldados da borracha: os escravos do século 20 em plena 2.ª Guerra Mundial». Gazeta do Povo. Consultado em 13 de fevereiro de 2020 
  5. Câmara dos Deputados — "Projetos de Leis e Outras Proposições"
  6. Borracha Para a Vitória | DOC TV | TV Brasil | Notícias, 3 de outubro de 2012, consultado em 24 de novembro de 2022 

Ligações externas

  • Batalha da Boracha
  • Cópia do DECRETO-LEI Nº 5.813 - DE 14 DE SETEMBRO DE 1943 - PUB. CLBR 1943
  • Rev. bras. Hist. vol.21 no.40 São Paulo 2001
  • New York Times:Manaus Journal,For the Rubber Soldiers of Brazil, Rubber Checks Reportagem do New York Times/1991 em Inglês
  • International Herald Tribune: Brazil 'rubber soldiers' fight for recognition Reportagem do International Herald Tribune em Inglês
  • New York Times: Of Rubber and Blood in Brazilian Amazon Reportagem do New York Times/2006 em Inglês
  • Tapping Masculinity: Labor Recruitment to the Brazilian Amazon during World War II
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