Xenoturbella

Como ler uma infocaixa de taxonomiaXenoturbella
Xenoturbella japonica
Xenoturbella japonica
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Sub-reino: Eumetazoa
(sem classif.) Bilateria
Filo: Xenacoelomorpha
Classe: Xenoturbellida
Bourlat et al., 2003
Família: Xenoturbellidae
Ivanov & Mamkaev, 1975
Género: Xenoturbella
Westblad, 1949
Espécies
  • Xenoturbella bocki
  • Xenoturbella westbladi
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Xenoturbella

Xenotuberlla é um gênero de animais bilaterados que contêm duas espécies de animais marinhos vermiformes. A primeira espécie, X. bocki, foi descoberta em 1915 por Sixten Bock, mas a descrição oficial foi feita somente em 1949 por Einar Westblad.[1] Já em 2016 o pesquisador Greg Rouse, do centro de oceanografia Scripps, nos EUA, descobriu quatro novas espécies no fundo do Pacífico que possibilitou o estudo mais detalhado desse animal.

Com minissubmarinos remotos, foi possível filmar as criaturas pela primeira vez. A investigação identificou uma nova e grande espécie, com mais de 20 cm de comprimento, batizada como Xenoturbella monstrosa. O animal foi registrado a quase 3 km de profundidade, no golfo da Califórnia (México). E também a Xenoturbella churro: nomeada pela semelhança com o tradicional doce frito.

Com as novas inclusões à família, os pesquisadores puderam realizar testes genéticos mais completos, e reforçar a hipótese de que esses animais formam um grupo ate então desconhecido de organismos bilaterais. Sua posição taxonômica têm sido considerada enigmática desde o descobrimento da espécie, que foi inicialmente posicionada entre os platelmintos, próximo a planária. O gênero foi relacionado com os moluscos,[2] mas posteriormente descobriu-se que o material estava contaminado com o DNA de moluscos.[3] Em 2003, um estudo molecular (DNA) revelou que o gênero representa um grupo de deuterostômios primitivos, posicionando-o num filo próprio, o Xenoturbellida.[4] Este resultado foi corroborado num estudo de 2006.[5] A posição taxonômica entre os deuterostômios foi recenteme modificada num estudo que ligou o grupo ao Acoelomorpha.[6]

O animal habita o Mar Báltico (costa da Letônia, Estônia e Finlândia) e não tem mais de 4 cm de comprimento, um plano de corpo muito simples, possui cílios para locomoção e um sistema nervoso difuso, porém não possui cérebro, nem sistema digestivo, nem mesmo gónadas (mas tem gametas, e os ovos e embriões se desenvolvem em folículos) ou qualquer outro órgão definido, com exceção de "estatocistos", contendo células ciliadas. Alimenta-se de moluscos.

O gênero Xenoturbella contêm cinco espécies:[7]

  • Xenoturbella bocki Westblad, 1949 (=Xenoturbella westbladi Israelsson, 1999)
  • Xenoturbella churro Rouse, Wilson, Carvajal & Vrijenhoek, 2016
  • Xenoturbella hollandorum Rouse, Wilson, Carvajal & Vrijenhoek, 2016
  • Xenoturbella monstrosa Rouse, Wilson, Carvajal & Vrijenhoek, 2016
  • Xenoturbella profunda Rouse, Wilson, Carvajal & Vrijenhoek, 2016

Referências

  1. WESTBLAD, E. (1949). «Xenoturbella bocki n.g, n.sp, a peculiar, primitive turbellarian type». Ark. Zool. 1: 3–29 
  2. NOREN, M.; JONDELIUS, U. (1997). «Xenoturbella's molluscan relatives...». Nature. 390 (6655): 31–32. doi:10.1038/36242  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  3. ISRAELSSON, O.; BUDD, G.E. (2006). «Eggs and embryos in Xenoturbella (phylum uncertain) are not ingested prey». Development Genes and Evolution. 215 (7): 358–363. doi:10.1007/s00427-005-0485-x  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  4. BOURLAT, S.J.; NIELSEN, C.; LOCKYER, A.E.; LITTLEWOOD, T.J.; TELFORD, M.J. (2003). «Xenoturbella is a deuterostome that eats molluscs». Nature. 424: 925-928. doi:10.1038/nature01851  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  5. BOURLAT, S.J.; JULIUSDOTTIR, T.; LOWE, C.J.; FREEMAN, R.; ARONOWICZ, J.; KIRSCHNER, M.; LANDER, E.S.; THORNDYKE, M.; NAKANO, H.; KOHN, A.B.; HEYLAND, A.; MOROZ, L.L.; COPLEY, R.R.; TELFORD, M.J. (2006). «Deuterostome phylogeny reveals monophyletic chordates and the new phylum Xenoturbellida». Nature. 444 (7115): 85–88. doi:10.1038/nature05241  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  6. PHILIPPE, H.; BRINKMANN, H.; COPLEY, R.R.; MOROZ, L. L.; NAKANO, H.; POUSTKA, A.J.; WALLBERG, A.; PETERSON, K.J.; et al. (2011). «Acoelomorph flatworms are deuterostomes related to Xenoturbella». Nature. 470 (7333): 255-258. doi:10.1038/nature09676  !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  7. Rouse, Greg W.; Wilson, Nerida G.; Carvajal, Jose I.; Vrijenhoek, Robert C. (3 de fevereiro de 2016). «New deep-sea species of Xenoturbella and the position of Xenacoelomorpha». Nature (530): 94–97. doi:10.1038/nature16545. Consultado em 3 de fevereiro de 2016 
Ícone de esboço Este artigo sobre Invertebrados, integrado no Projeto Invertebrados é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
Filos viventes do reino Animalia
Domínio
Archaea
Bacteria
Eukaryota
(Reino
Plantae
Hacrobia
Heterokonta
Alveolata
Rhizaria
Excavata
Amoebozoa
Animal
Fungi)
Parazoa
Mesozoa
Eumetazoa
Radiata
Bilateria
Protostomia
Ecdysozoa
Scalidophora
Nematoida
Panarthropoda
Lophotrochozoa
(Spiralia)
Platyzoa
Gnathifera
Trochozoa
Polyzoa(?)
Deuterostomia
Ambulacraria
Basal/disputado